Um design sensacionalista, em que rostos desesperados como zumbis surgem em agonia. Desta forma o grupo RBS criou o especial sobre a gripe A, em que o jornalismo como prestação de serviço fica em segundo plano, em nome da disseminação do terror. Nem “O Globo” faria “melhor”. Não é só o visual. De cara, a chamada principal revela o tom de todo o hot site. “As mortes no Brasil e nos Estados”.
Depois, de uma forma macabra, a ficha de cada vítima: nome, internação, contágio, morte e condição de saúde. De arrepiar. A seguir, é um derramar daquilo que já circula na Internet e que está sendo a panaceia dos alarmistas de plantão, do quanto pior, melhor. O sentimento que você tem ao sair do especial RBS é de fim de mundo. Desespero, em que nada você pode fazer senão esperar o próprio fim, sem mesmo aprender alguma coisa. Aliás, um ensinamento transborda de toda esta situação: é nessas ondas que envolvem toda a sociedade que percebemos, mais uma vez, quem sabe ou não fazer jornalismo.
(Por Manoel Fernandes Neto, Novae / Centro de Estudos Ambientais, 08/09/2009)