Em entrevista ao canal de televisão francês RTL, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, expressou reticência quanto às declarações do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de expandir a proposta de uma taxa sobre o carbono além das suas fronteiras.
Barroso declarou que é a favor do “crescimento verde, não do decrescimento”, julgando que esta idéia não poderia ser discutida antes de Copenhague. “A Europa é de longe o principal exportador mundial, então é necessário que continuemos com os mercados abertos”, explicou de acordo com o jornal Le Télégramme.
A taxa sobre o carbono, que de acordo com o primeiro-ministro, François Fillon, iniciariam em € 14, se aprovada deve entrar em vigor na França em 2010 e recairia sobre o consumo de combustíveis, como o petróleo, gás e carvão, e não sobre o consumo de eletricidade que é produzida em grande parte com fontes nucleares. Os principais alvos da taxa são os consumidores residenciais e empresariais, já que as grandes indústrias participam do esquema europeu de comércio de emissões. Sarkozy declarou nesta sexta-feira (04/09) que os detalhes do plano serão revelados ao longo da próxima semana.
Segundo o jornal France 2, uma pesquisa realizada pela Europe 1 revelou que 66% dos franceses, independentemente do seu posicionamento político, não são favoráveis à taxa. Os pontos de vista sobre a taxação variam de acordo com a categoria social, sendo que 75% dos trabalhadores e 57% dos executivos se opõe.
Além disso, um entre quatro franceses acredita que este instrumento será ineficiente para diminuir o consumo de energia, com 63% achando que os indivíduos já se esforçam bastante para consumir menos energia.
(CarbonoBrasil, 04/09/2009)