Depois de abordar os contratos militares com a França, Lula falou com serenidade de temas como as bases norte-americanas na Colômbia e a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Quando o tema mudanças climáticas foi abordado, entretanto, Lula se mostrou impaciente ao ser indagado sobre as críticas feitas por Marina Silva à política ambiental no governo Lula.
"Enquanto era ministra do Meio Ambiente, ela aprovou tudo o que queria. Ela fez tudo o que queria", retrucou, afirmando desconhecer as críticas da senadora. "O governo fez mais pelo meio ambiente do que nenhum país vizinho. O Brasil tem o desmatamento mais baixo dos últimos 20 anos", argumentou.
A seguir, Lula se aprofundou no tema e disse que a comunidade internacional deve se comprometer a um acordo amplo durante a Conferência do Clima (COP15), em Copenhague. O presidente também apoiou a criação da Organização Mundial do Meio Ambiente, uma instituição internacional especializada, sob os auspícios da ONU.
"Deve haver uma instituição multilateral que diz que a França polui demais, que o Brasil polui demais, que os Estados Unidos poluem demais", afirmou. "E acho que essa organização deve estar ligada à ONU."
(Por Andrei Netto, O Estado de S.Paulo / IHUnisinos, 07/09/2009)