As comunidades indígenas do Rio Grande do Sul terão uma comissão para tratar dos impasses sobre seus territórios no Estado. A decisão foi tomada no encerramento da reunião da Associação de Indígenas Mbya Guarani – realizada na semana passada na aldeia Estiva, em Viamão. Segundo o coordenador do Conselho de Articulação do Povo Guarani do RS, Maurício Gonçalves da Silva, os processos de reconhecimento das terras é lento e burocrático. O encontro contou com a presença de 30 lideranças indígenas de diversas partes do Estado.
O coordenador explicou que, para a regularização, as terras precisam ser vistoriadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que faz os laudos e depois libera o reconhecimento do território como indígena. Segundo Maurício, neste momento estão em análise os processos envolvendo terras na Barra do Ribeiro e na área de Itapuã, em Viamão.
Atualmente, vivem no Estado cerca de 3,5 mil índios guaranis – a maioria nas margens da BR 116. Com a duplicação da rodovia, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Funai devem se reunir dentro de alguns dias para falar sobre a transferência dessas pessoas.
Na opinião de Maurício, uma das principais carências das comunidades indígenas é a ausência de uma política específica. Ele ressaltou que os guaranis não recebem o atendimento adequado, principalmente nas áreas de saúde e de educação. Além disso, as comunidades sofrem, segundo o coordenador, por não ter o apoio necessário na produção agrícola e em outras fontes de renda.
(Correio do Povo, 07/09/2009)