Orçada em US$ 1,5 bilhão, fábrica de celulose no Estado agora dependerá de cenário internacional
A Stora Enso conseguiu remover um importante obstáculo ao seu plano de expansão no Brasil. O grupo sueco-finlandês, maior fabricante europeu de papel, obteve aval para regularizar o registro de terras compradas na faixa de fronteira no Rio Grande do Sul. Agora, o projeto da fábrica gaúcha, estimado em US$ 1,5 bilhão, depende da recuperação da demanda mundial e do destravamento do cronograma de investimentos da empresa em vários países.
– Podemos voltar a falar com a matriz e torcer para que o projeto do Rio Grande do Sul volte ao mesmo status de prioridade que tinha antes – diz o vice-presidente da Stora Enso na América Latina, Otávio Pontes.
Além do plantio de florestas para a instalação da fábrica no Estado, a Stora Enso tem outros projetos engatilhados, como a expansão da Veracel, na Bahia, em parceria com a Fibria (resultante da fusão da VCP Celulose com a Aracruz). Em maio passado, a Stora Enso formou uma joint venture com a chilena Arauco para comprar áreas de reflorestamento e demais ativos da espanhola Ense no Uruguai. Embora os 123 mil hectares garantam a madeira necessária, não há definição sobre a construção de uma unidade industrial no país vizinho, diz Pontes.
No Rio Grande do Sul, a Stora Enso comprou 46 mil hectares, dos quais 20 mil já foram plantados. As aquisições foram interrompidas em 2006, e o cultivo, no começo do ano passado, quando a crise internacional se agravou e a tentativa de liberação de registro em nome da empresa se arrastava por mais de dois anos.
(Zero Hora, 05/09/2009)