Catorze das principais entidades brasileiras representativas do agronegócio, florestas plantadas e bioenergia anunciaram nesta quarta-feira (02/09) a formação da Aliança Brasileira pelo Clima, com o objetivo de contribuir com propostas concretas para as negociações ligadas à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
O grupo inclui Abag – Associação Brasileira de Agribusiness, Abag/RP – Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto, Abiove – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Abraf – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas, ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, Alcopar – Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná, Ares – Instituto para o Agronegócio Responsável, Biosul – Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel, Icone - Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais, Orplana – Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, Siamig – Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais, Sifaeg – Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás, e Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
O foco principal da Aliança é a agenda que o governo brasileiro vem defendendo nas negociações globais, que culminarão na 15ª Conferência das Partes da Convenção, em dezembro próximo em Copenhague, na Dinamarca. Juntos, os diversos produtos dos setores que integram a Aliança representam 28% de toda a matriz energética brasileira.
“É essencial que o Brasil leve adiante propostas que ampliem as possibilidades de captação de créditos de carbono, algo a que o Brasil injustamente tem tido pouco acesso. É como se fossemos penalizados por ter sido pioneiros em várias iniciativas que claramente ajudam na redução de emissões de carbono, mas não são reconhecidas pelos mecanismos existentes, como a própria produção e uso em larga escala do etanol”, afirma Marcos Jank, presidente da Unica - União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
A Aliança Brasileira pelo Clima expõe seu posicionamento em dois pilares. O primeiro refere-se às recomendações ligadas ao regime internacional que deverá ser definido pelas negociações no âmbito da Convenção do Clima, como a reforma do MDL -Mecanismo de Desenvolvimento Limpo -, e reestruturação do REDD - Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação - para que os incentivos financeiros resultantes desses mecanismo alcancem diretamente os agentes responsáveis pelas reduções, como populações tradicionais e proprietários rurais.
O outro pilar diz respeito às ações no plano interno brasileiro. A Aliança sugere a adoção de iniciativas direcionadas ao desenvolvimento de uma economia de baixa intensidade de emissões de gases do efeito estufa. Uma das recomendações é que políticas públicas nacionais de mitigação privilegiem mecanismos de comércio de redução de emissões, evitando a simples imposição de taxas sobre emissões de carbono.
(Globo Rural, 02/09/2009)