O diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, disse que o laboratório que fabrica o medicamento Tamiflu inicialmente priorizou a sua distribuição aos governos, mas que hoje já tem condições de produzir para os governos e as farmácias. Segundo ele, o medicamento (usado no combate à gripe A) poderá ser encontrado nas farmácias nos próximos meses.
O diretor participou de audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família, que terminou há pouco nesta quinta (03/09). Na reunião, ele reiterou que o Ministério da Saúde continua a indicar o uso do medicamento apenas para os casos graves e para quem tem fator de risco. "Nós nos pautamos pelas evidências científicas, mas há países que tratam com Tamiflu qualquer síndrome gripal."
Hage disse que não há falta do medicamento no País, apesar de alguns municípios informarem o contrário. Ele lembrou que o ministério distribui o Tamiflu para os estados, que repassa para os municípios. No total, foram distribuídos cerca de 1 milhão de kits de tratamento, para um universo de 36,5 mil casos suspeitos.
O deputado Eleuses Paiva (DEM-SP), que sugeriu a audiência, propôs ao Ministério da Saúde a criação de um canal para que as pessoas denunciem diretamente os casos de falta de medicamento. Hage respondeu que a sugestão é boa e será avaliada.
Também na audiência, o superintendente de Vigilância em Saúde do Governo do Paraná, José Lúcio dos Santos, afirmou que, em julho, houve aumento do número de casos em razão do frio e se pensou que faltaria medicamento. Ele afirmou, no entanto, que essa expectativa não se confirmou.
Vacinas
Eduardo Hage disse que 35 milhões de pessoas poderão ser vacinadas no Brasil assim que for lançada a vacina contra a gripe A (cada pessoa precisará de duas doses). A preferência será para profissionais de saúde e para quem tem fator de risco. Nos EUA, mais de 100 milhões de pessoas deverão receber a vacina.
(Por Sílvia Mugnatto, com edição de Pierre Triboli, Agência Câmara, 03/09/2009)