A falta de investimentos da Corsan em Cachoeira do Sul, ausência de obras que motivou as brigas pela retomada dos serviços, é assunto do passado. Ontem, em Brasília, o prefeito Sérgio Ghignatti assinou o contrato para investimento de R$ 9,6 milhões em saneamento básico em Cachoeira atendendo parte dos bairros Oliveira, Marina e Barcelos. Além deste novo projeto, a Corsan deve iniciar até o mês de outubro as obras de saneamento no Bairro Noêmia, investimento de R$ 10 milhões. Também já estão em andamento as obras de novos reservatórios de água, investimentos que somam outros cerca de R$ 1,2 milhão.
Segundo o coordenador operacional da Corsan em Cachoeira do Sul, Walter Moreira, as novas obras de saneamento básico deverão elevar de 27% para quase 50% a cobertura de tratamento de esgoto no município. Somente no Bairro Noêmia serão 17 mil metros de rede coletora de esgoto que atenderá cerca de 2 mil residências já abastecidas com fornecimento de água. O projeto para os bairros Marina, Oliveira e Barcelos prevê mais 19 mil metros de rede coletora, atendendo pelo menos outras 2 mil famílias. Atualmente a Corsan tem 81 mil metros de rede de esgoto para tratamento de resíduos de 8 mil casas.
CASAMENTO - Desde 1945 os serviços de água e esgoto em Cachoeira do Sul são gerenciados pelo Governo do Estado, que em 1965 criou a Corsan. O casamento com Cachoeira do Sul, que estava em crise desde o início dos anos 90, foi reatado com os últimos anúncios reestabelecendo o clima de lua-de-mel. Para completar a união e firmar novo contrato com a estatal, o prefeito Sergio Ghignatti ainda estuda a proposta de receber mensalmente 5% do lucro com a distribuição de água e 100% da receita obtida com o tratamento de esgoto. Esse dinheiro, cerca de R$ 250 mil por mês, seria reinvestido em ações de saneamento básico.
Importante
As novas obras de saneamento em Cachoeira do Sul, que somam quase R$ 20 milhões, não dependem de contrapartida da Prefeitura. Além da quilométrica tubulação para coleta do esgoto, serão construídas três novas estações elevatórias, estruturas localizadas em pontos baixos da cidade que recalcam os resíduos para a estação de tratamento. As novas estações de bombeamento serão nos bairros Noêmia, Maria e Oliveira. As já existentes estão nos bairros Aldeia, Universitário, trevo de acesso à Cohab, Ponche Verde e Cristo Rei. Cachoeira do Sul tem 16 bacias topográficas. Com oito estações de bombeamento, pela lógica, cerca de 50% do esgoto pode ser coletado e tratado.
ATENÇÃO
O diretor-presidente da Corsan, Mário Freitas, conversou com o prefeito Sérgio Ghignatti em Brasília e se comprometeu em disponibilizar as pedras para pavimentação na Rua Marques Ribeiro, entre o portão do Exército e a Estação de Tratamento de Água (ETA). Segundo Ghignatti, o Exército irá participar com a mão-de-obra para esse serviço.
PARA SABER MAIS
Obras em saneamento básico
> O Governo do Estado e o Governo Federal assinaram ontem protocolo para financiamento de obras de água e esgoto no valor de R$ 173,3 milhões no Rio Grande do Sul. Os investimentos para abastecimento de água serão nas cidades de Bento Gonçalves, Carazinho, Rio Grande, Santa Cruz do Sul e Santiago. Na área de esgotamento sanitário, os recursos serão aplicados nas cidades de Alegrete, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Glorinha, Gramado, Canela, Ijuí, Santa Cruz do Sul e Santa Rosa.
> Em todo o Brasil foram selecionados 109 projetos de 90 municípios. O investimento total prometido pelo Governo Federal através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saneamento) é de R$ 4,5 bilhões. Do total, R$ 3 bilhões são destinados a projetos de esgoto e R$ 1,5 bilhão a projetos de água.
(Por Giuliano Fernandes, Jornal do Povo, 03/09/2009)