Cada vez mais as pessoas preferem consumir produtos orgânicos. Além de não conter agrotóxicos e, portanto, garantir uma alimentação mais saudável, eles vêm caindo no gosto dos consumidores por não prejudicar o meio ambiente. Pensando nisso, muitos agricultores investem nesse tipo de cultivo. O mesmo ocorre com as cooperativas e associações, que incentivam o consumo e a produção desses alimentos.
Em Cruzeiro do Sul, uma das entidades que têm esse propósito é o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR). Desde abril, a unidade local, em parceria com a Ecovale, Capa e IECLB, implantou uma banca de produtos orgânicos em seu supermercado. E a aceitação dos produtos está sendo muito positiva. São cerca de dez variedades diferentes, entre arroz, feijão, erva-mate, doces de frutas, melado, hortaliças e outros. Segundo o presidente do STR, Marcos Antônio Hinrichsen, a procura pelas novidades tem aumentado gradativamente. “Entre os mais procurados aparecem erva-mate, feijão e doces, produtos do dia a dia, o que mostra que a comunidade está preocupada com o que come. Como já diz o ditado, ‘a morte entra pela boca’, então prevenir é o melhor a fazer”, destaca o presidente. A intenção do sindicato é, em breve, implantar uma banca na fruteira com produtos totalmente orgânicos.
Fumo por hortaliças
Uma das produtoras preocupadas com seu bem-estar e o do próximo é Carla Seibel, da localidade de Bom Fim. Ela substituiu o cultivo de fumo pelos hortigranjeiros e desde maio dedica-se à nova experiência. O objetivo foi substituir o fumo, que utiliza muito agrotóxico e estava lhe trazendo problemas de saúde, por algo que não fizesse mal, como o cultivo de hortaliças de forma natural. “Dentro de no máximo três anos, tempo necessário para limpeza da terra, quero estar produzindo orgânicos”, destaca.
Entre os produtos plantados nos dois hectares da propriedade estão repolho, brócolis, beterraba, cenoura, rúcula, couve-flor. Onde antes eram cultivados 30 mil pés de fumo, agora é introduzida uma nova forma de trabalhar. “Até o momento já plantei cerca de 20 mil mudas entre todas as variedades”, revela Carla. Os produtos da agricultora já estão sendo muito procurados, e a principal colocação é no próprio município, pois um dos pontos de venda é o STR.
Carla e seu marido, que implantou na propriedade três chiqueirões para criação de suínos, não podem mais sentir o cheiro de qualquer tipo de veneno. A nova forma de trabalhar está servindo como uma desintoxicação própria e da propriedade em geral. “Agora, em vez de veneno, eu uso algum produto natural e a enxada. Pode até me dar um pouco de dor nos braços e nas costas, porém no outro dia não sinto mais nada. Já o veneno é um mal que a gente carrega para a vida inteira”, compara.
(O Informativo, 03/09/2009)