O nível dos mares pode subir mais de um metro até 2100 com o impacto do degelo do Ártico sobre o clima global, afirmou o grupo ambientalista WWF em relatório nesta quarta-feira. A projeção, aproximadamente duas vezes maior do que o número da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros órgãos, leva em conta o impacto do desaparecimento das calotas da Groenlândia e da Antártida ocidental.
A subida acentuada do nível dos mares também pode inundar regiões costeiras, com o potencial de afetar cerca de um quarto da população mundial, segundo o WWF. "Se permitirmos que o Ártico fique muito quente, há dúvidas sobre se seremos capazes de manter esse controle", disse Martin Sommerkorn, do programa para o Ártico do WWF, em comunicado. "É urgentemente necessário que controlemos as emissões de gases do efeito estufa, enquanto ainda podemos".
A grande perda de gelo marinho resultante do aquecimento duas vezes mais rápido do Ártico em relação ao resto do mundo vai afetar as condições climáticas muito além dos pólos, de acordo com o WWF. Europa e América do Norte podem, por exemplo, passar por invernos atipicamente frios, ao passo que a Groenlândia pode ter invernos mais quentes com a mudança de umidade e a subida do nível dos mares. Além disso, o aquecimento do Ártico pode se tornar em si um motor para o aquecimento global.
(Por Sven Egenter, Reuters Brasil, 02/09/2009)