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2009-09-02

Especialistas climáticos reunidos nesta semana na Suíça pretendem criar um sistema de intercâmbio de dados e comunicação que ajude a reduzir danos causados por eventos extremos, principalmente nos países pobres que são os mais vulneráveis
 
Enquanto na Conferência do Clima de Copenhague, no final do ano, o foco dos debates será como controlar o aquecimento global, nesta semana mais de 2,5 mil cientistas participam da 3ª Conferencia Climática Mundial para discutir como se adaptar e se proteger contra as mudanças climáticas que já ocorrem em diversos pontos do planeta.
O resultado dos cinco dias de discussões, iniciada nesta segunda-feira (31/08) em Genebra, na Suíça, deve ser a apresentação de um sistema eficiente de comunicação e difusão de conhecimento para preparar as pessoas para enfrentarem as alterações nos padrões climáticos.

Chamado Quadro Global para Serviços Climáticos (GFCS, na sigla em inglês), este sistema pretende ajudar a reduzir perdas causadas por eventos climáticos extremos como ondas de calor, tempestades de areia, ciclones, secas e enchentes que se tornarão mais freqüentes e intensas com o aquecimento global.  “A implementação com sucesso do GFCS contribuirá para a redução do risco de desastres, adaptação para variações climáticas e mudanças, desenvolvimento socioeconômico, ao mesmo tempo em que oferecerá benefícios a curto e longo prazo para a sociedade”, ressaltou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Michel Jarraud.

Para tal sistema funcionar, contudo, é necessário o compartilhamento de informações, normalmente detida por países ricos. O presidente do Fórum Humanitário Global e ex-secretário geral das Nações Unidas, Kofi A. Annan, pediu para que isto seja feito o quanto antes para que soluções sejam colocadas em prática e sejam capazes de proteger milhões de pessoas que estão em risco nos países pobres.

Annan sugeriu a criação de uma rede entre o Fórum Humanitário Global, a Organização Meteorológica Mundial e o setor privado para implantar estações meteorológicas automatizadas por toda a África através de tecnologia de telefonia móvel.  “Isto permitiria – através dos telefones celulares – o compartilhamento de dados com comunidades sobre os padrões sazonais de tempo dos quais eles dependem para alertá-los sobre tempestades que podem ameaçar plantações, rebanhos e vidas”, explicou.

 Adaptação
O presidente da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Alexander Bedritsky, destacou que o GFCS deve ser baseado em observações, pesquisas e previsões confiáveis e robustas, fornecidas por serviços nacionais meteorológicos e hidrológicos, assim como organizações regionais e internacionais.  “O número de agências das Nações Unidas, Organizações Internacionais e Instituições que participam e apóiam a Conferência atesta o nível de comprometimento necessário para iniciar e implementar com sucesso um Quadro Global”, afirmou.

Bedritsky disse que o fortalecimento de tal parceria para encontrar soluções para as questões climáticas globais fornecem uma oportunidade sem precedentes para se adaptar aos eventos que já ocorrem enquanto é feito um planejamento para as alterações futuras.  “Investir agora em informações climáticas e previsões é a melhor maneira de garantir que nossa geração e as futuras tenham habilidade para gerenciar os riscos e perceber as oportunidades ligadas às variações do clima”, enfatizou.


A lacuna na comunicação entre diferentes comunidades foi levantada pelo diretor geral do Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e Sociedade da Universidade de Columbia, EUA, Stephen E. Zebiak. "As ações que temos mais avanços são aquelas nas quais, além das inovações, temos alguns mecanismos que fazem com que estas comunidades atuem de um modo sustentável. E isso não será através de conferências e workshops, nos precisamos das comunidades trabalhando juntas de forma continua, o que faz com que elas desenvolvam novas ferramentas, aumentem o estado de alerta e o conhecimento”, explicou.

Outra questão ressaltada sobre o sistema foi a amplitude e a interligação entre os desafios ambientais, sociais e econômicos atuais. Por esta razão, para o diretor executivo do Grupo de Observações da Terra (GEO, na sigla em inglês), José Achache, o GFCS será falho se considerar só o clima. “O clima é apenas um dos componentes, de várias questões interconectadas, como segurança alimentar, água, energias limpas e até mesmo o mecanismo REDD (Redução de Emissões por Degradação e Desmatamento), que irão precisar de um monitoramento”, afirmou.

Achache destacou também a necessidade de compartilhar informações entre instituições e países. "Em muitos lugares temos observatórios que não disponibilizam dados por razões de segurança, comercial, etc; e isso limita significativamente ferramentas que podem ser muito úteis para as questões climáticas”, afirmou.

As duas primeiras edições da Conferência (1979 e 1990), que é organizada pela OMM, tiveram papéis centrais na criação do secretariado do clima das Nações Unidas e do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima. Durante o evento, os cientistas também irão apresentar as últimas pesquisas ligadas ao aquecimento global, como os impactos ambientais nos pólos e os sócio-economicos em diferentes países.

Copenhague
O evento não tem caráter político e, por isso, não discute políticas de redução de gases do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Apesar disso, inevitavelmente a Conferência de Copenhague e o novo acordo climático apareceram nos discursos e mesas de discussão. “O acordo (pós-Quioto) deve ser universal, radical e compulsório. Se for para ser justo e efetivo, ele também deve ter o principio de justiça climática no seu coração”, disse Kofi A. Annan.

Ele pediu que os países mais desenvolvidos liderem no corte de emissões, complementando que é essencial a transferência de recursos e tecnologias para países em desenvolvimento promoverem ações de mitigação e adaptação. “É absolutamente vital esta transferência – dos quadros-executivos internacionais, países desenvolvidos e economias emergentes, os quais a experiência pode ser particularmente relevante, incluindo o conhecimento e informações que detém”, comentou.

Segundo Annan, este tipo de parceria seria um modelo para uma vasta variedade de projetos coletar e trocar dados que beneficiariam todos. Annan lembrou ainda que os 50 países mais pobres do mundo contribuem com menos de 2% dos gases do efeito estufa que estão na atmosfera, porém são eles os mais ameaçados com as mudanças climáticas.

(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil, 01/09/2009)


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