Ainda não está no balanço semestral do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas uma nova sociedade está sendo firmada com a Cemig e a Infra Asset Management para a construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em Minas Gerais. A compra está em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já com parecer favorável emitido pela secretaria de direito econômico.
O fundo fará parte do bloco de controle da Guanhães Energia, empresa de propósito específico criada para o investimento em pequenas centrais com capacidade de geração de 45 megawatts (MW). O fundo passará a deter 25,5% do capital e junto com a Infra terá 51% da sociedade. Os outros 49% pertencem a Cemig.
Outro projeto da Cemig com a Infra para investimentos em PCHs está em análise pelo fundo, que tem uma opção de compra na participação para a construção de usinas com capacidade de 53 MW. Juntos os dois projetos chegam a quase 100 MW e vão requerer investimentos da ordem de R$ 200 milhões.
Segundo dados divulgados pela Caixa Econômica Federal (CEF), que administra o FI-FGTS, ao todo 18 investimentos foram aprovados, além dos que já receberam os desembolsos. Até agosto os investimentos do fundo chegaram a R$ 11,2 bilhões, destinados a 14 diferentes empresas e projetos. Grande parte, cerca de R$ 7 bilhões, foi destinada ao BNDES. O valor total dos projetos onde o fundo tem participação soma R$ 69 bilhões, segundo a Caixa.
A criação do fundo do FGTS foi autorizada em 2007 e efetivamente entrou em operação no dia 1º de julho de 2008. De acordo com seu regulamento, os investimentos precisam ser feitos em projetos de construção, reforma, ampliação ou implantação de empreendimentos de infraestrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, energia e saneamento. O fundo tem até mesmo autorização para operar no mercado de derivativos, mas apenas com a finalidade de proteção de seus ativos.
(Por Josette Goulart, Valor Econômico, 02/09/2009)