No domingo de forte calor, 30 de agosto, ativistas de diversos grupos estiveram em Esteio, RS, em frente à Expointer, uma das maiores feiras agropecuárias do mundo, para o já tradicional protesto. Às 10h da manhã, nove integrantes da Vanguarda Abolicionista (VAL) se instalaram em frente às bilheterais, com faixas, banners e posteres pró-libertação animal. Apesar do ambiente pesado e hostilizados por alguns cambistas, seguranças e taxistas, os manifestantes iniciaram panfletagem maciça, em meio ao tumulto da entrada do evento, usando máscaras contra a gripe suína.
O material informava sobre escravidão animal, veganismo e pecuária industrial, entre outros pontos, além do contra-senso de se prestigiar um evento daquela natureza enquanto a saúde pública padecia com a gripe suína. A VAL recebeu apoio do grupo Vida Universal, da Alemanha, que enviou lotes de folderes, cartazes, cartões, livretos e panfletos de conscientização.
Quem parava para conversar e alegava que não havia porcos em exposição, era lembrado de que a inédita decisão foi tomada para evitar que os suínos eventualmente fossem contaminados por algum humano infectado - e ainda assim, muitos defenderam os pecuaristas e debocharam dos materiais apresentados. Um dos que passou para pegar panfletos do grupo foi o policial rodoviário federal Karl, ovo-vegetariano desde 1996 e defensor dos animais. “Parabéns pelo trabalho que fazem”, disse o oficial, nascido na Alemanha mas radicado no Brasil há muitos anos.
Em torno das 14h, chegaram o Grupo Pela Abolição do Especismo (Gaepoa), Sociedade Vegetariana Brasieleira (SVBPoa) e SVB-Canoas, além de ativistas independentes. Foi feito um ‘paredão’ de faixas e banners na calçada em frente às bilheterias, e alguns usaram máscaras de porco, alegorias e outros chamativos. Em um determinado momento, um pai parou para ler os cartazes, e sua filha de cerca de 2 anos interessou-se por uma máscara de porco. A criança ganhou a máscara e o pai recebeu o folder ‘8 Mentiras Sobre Nutrição - O que tem olhos, pessoas inteligentes não comem’. “Ah, é bom um dia ela saber disso, pois atualmente ela fala aquela coisa de ‘porquinho cor-de-rosa’, etc”, explicou o interessado pai.
As atividades se estenderam até as 17h, após um dia de corpo-a-corpo com o público que acorria à Expointer como lazer e entretenimento - a grande Imprensa inclui também o ‘contato com os animais’, falácia de quem está subjugado aos interesses econômicos, e que cumpre à risca seu papel na subordinação social e incapacidade de reação frente à esquizofrenia moral da humanidade em relação aos animais.
(Vanguarda Abolicionista / ANDA, 31/08/2009)