Área equivale a 330 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Entorno da Rodovia BR-163 e Terra do Meio são regiões mais afetadas
A organização Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que faz um monitoramento independente do desmatamento da Amazônia, detectou a derrubada de 532 quilômetros quadrados de floresta em julho, área equivalente a mais de 330 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. O número é 93% maior que o de julho de 2008, quando o desmatamento detectado foi de 276 quilômetros quadrados. A ONG destaca, no entanto, que parte desse desmatamento pode ter ocorrido nos meses anteriores, quando a acentuada cobertura de nuvens impediu a visão de parte do território.
Aproximadamente 55% do desmatamento detectado em julho de 2009 corresponde a áreas que estavam cobertas por nuvens nos dois meses anteriores. Em julho, a cobertura de nuvens foi um problema expressivo somente no Amapá e em Roraima. A grande maioria - 81% - da Amazônia Legal pode ser observada nas imagens de satélite. A área do Maranhão que faz parte do bioma não foi analisada.
BR-163
O Imazon aponta que a devastação aconteceu de forma mais concentrada no oeste do Pará, na área de influência da BR-163 (Cuiabá- Santarém) e na Terra do Meio (Pará). O desmatamento acumulado de agosto de 2008 a julho de 2009 totalizou 1.766 quilômetros quadrados, o que representa redução de 65% em relação ao desmatamento ocorrido no mesmo período do ano anterior.
Neste último mês medido, o estado com maior desmatamento foi o Pará, com 70%, enquanto Mato Grosso atingiu 12%, seguido pelo Amazonas com 10%; Rondônia com 5%; e Acre, Roraima e Tocantins com 1% cada.
O Imazon também monitora as florestas degradadas (parcialmente destruídas). Em julho de 2009, elas somaram 455 quilômetros quadrados. Desse total, 44% ocorreram no Pará, 40% no Mato Grosso, 13% em Rondônia, e o restante - 3% - em Roraima, Amazonas e Acre.
(Globo Amazônia, 31/08/2009)