O pior da gripe A (H1N1) já passou, e a epidemia está em declínio sustentável em todo o Rio Grande do Sul. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (31/08) pelo secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, ao apresentar uma atualização dos dados epidemiológicos no RS. Ele alertou que pode acontecer uma segunda onda da doença, dentro de dois a quatro meses. Por isso, a estrutura montada para enfrentar a primeira fase da nova gripe será mantida.
"Não vamos desmobilizar nada, apenas alguns serviços, como tendas e contêineres instalados junto aos hospitais e o Disque Gestante, serão reduzidos por falta de demanda", informou. No caso do Disque Gestante (que presta esclarecimentos a mulheres grávidas pelo telefone 0800-642.0151), as ligações serão direcionadas para o número 150 (da Vigilância em Saúde).
Terra também informou que o Ministério da Saúde deverá investir cerca de R$ 1,3 bilhão na compra de vacinas contra o vírus H1N1. Ele acredita que o RS receberá o maior percentual de doses, o que possibilitará a imunização de toda a população de risco até o próximo inverno. O Estado, em função das condições climáticas, sempre registra o maior número de óbitos do país por doenças respiratórias (como pneumonia). Em 2007, por exemplo, foram 8.900 mortes.
Conforme anunciou Terra, está sendo finalizada uma parceria entre Ministério da Saúde, universidades e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para criação, no Rio Grande do Sul, de um centro de pesquisa e acompanhamento da Influenza em todo o país. Sobre a experiência de enfrentamento da doença, Terra destacou a mudança cultural da população, que passou a valorizar cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos regularmente - o que ajudou a diminuir a intensidade da doença neste primeiro ciclo.
Esta é também a opinião do presidente eleito da Associação Mundial de Epidemiologia, o médico gaúcho Cesar Victora, que acredita que, quando a doença voltar, os serviços de saúde estarão mais preparados. Ele observa que, nos países onde está sendo enfrentada a segunda onda da gripe A, a situação está menos grave que a vivida anteriormente.
No Rio Grande do Sul, foram notificados 5.619 casos de Influenza A H1N1 - dos quais 893 foram confirmados e 441, descartados. Permanecem em investigação 4.285 casos. Foram confirmados 99 óbitos e 162 estão em investigação. De acordo com Osmar Terra, as estimativas indicam que, neste primeiro ciclo, serão confirmados de 250 a 300 óbitos, representando uma taxa de mortalidade de 2%.
(Ascom Governo do RS, 31/08/2009)