Cerca de 150 países se reuniam em Genebra nesta segunda-feira (31/08) para discutir a melhora das informações climáticas, com o objetivo de ajudar o mundo a enfrentar o aquecimento global e ameaças como enchentes, incêndios florestais e a elevação dos níveis do mar. A Conferência Climática Mundial, que terá lugar entre 31 de agosto e 4 de setembro, pretende reforçar o monitoramento das condições do tempo e a distribuição de previsões meteorológicas, especialmente para ajudar países pobres em áreas como saúde, agricultura, pesca, transporte, turismo ou energia.
"Existe uma carência grande. Como podemos vincular melhor o processo decisório com as informações?," disse Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, uma das principais organizadoras da conferência, em entrevista coletiva à imprensa. "Precisamos de um sistema formal, confiável, com o qual as pessoas possam acessar informações vitais capazes de salvar suas vidas e proteger seus bens e suas economias," disse ele, referindo-se ao marco global de serviços climáticos a ser acordado em Genebra. Jarraud disse ainda que a conferência se aplica tanto aos alertas meteorológicos quanto às mudanças climáticas de mais longo prazo. Os moradores de zonas costeiras, por exemplo, nem sempre são alertados sobre a aproximação de um ciclone.
No prazo mais longo, mudanças nos padrões de chuva das monções podem afetar o local onde uma empresa decide construir uma hidrelétrica. Uma compreensão melhor das calotas de gelo na Antártida ou na Groenlândia pode ajudar na previsão da elevação do mar e nos riscos de inundações em regiões costeiras. "Não são apenas os governos, mas também o setor privado, as pessoas, os agricultores --todo o mundo precisa tomar decisões que são afetadas pelo clima," disse Jarraud.
Com a presença de líderes de cerca de 20 países e ministros de outros 80 nos últimos dois dias, a conferência deve criar uma estrutura e designar uma força-tarefa para cuidar dos detalhes. A conferência pode contribuir para que se chegue a um acordo em Copenhague, em dezembro, que possa resultar em um novo tratado climático da ONU. "Genebra é essencial para Copenhague," disse Sherburne Abbott, diretora associada de meio ambiente junto à Casa Branca. Ela disse que a melhora das previsões meteorológicas vai beneficiar todo o mundo. "Todo o mundo ganhará, porque seremos menos vulneráveis," explicou.
(Por Alister Doyle e Laura MacInnis, Reuters Brasil, 31/08/2009)