As emissões de gases-estufa da União Europeia (UE) caíram pelo quarto ano consecutivo em 2008, principalmente em razão da menor atividade industrial decorrente da recessão econômica, apontaram dados da UE na segunda-feira (31/08). A principal razão para a redução foi a diminuição das emissões de dióxido de carbono produzido pela combustão de combustível fóssil nos setores de energia, indústria e transportes, informou a Agência Europeia do Ambiente (AEA)
Com relação aos 15 países da UE que se comprometeram a reduzir as emissões de CO2 sob o Protocolo de Kyoto, a AEA afirmou que as emissões caíram 1,3 por cento no ano passado em comparação com 2007. O número reflete os "efeitos da recessão econômica global iniciada em 2008, que resultou na redução da produção industrial e do consumo de energia pela indústria e a correspondente redução no transporte de carga," relatou a agência em uma declaração. Os cálculos da AEA estão sujeitos a confirmação em junho de 2010 e não levam em conta os efeitos de mudanças no uso da terra.
As emissões provenientes do bloco inteiro, de 27 países, caíram 1,5 por cento, afirmou a AEA. Não há uma meta estipulada no Protocolo de Kyoto para a UE-27, pois os 12 membros mais recentes do bloco, incluindo antigos países comunistas, não se associaram desde o início. Com base nessas estimativas, as emissões de gases-estufa da União Europeia em 2008 ficaram cerca de 6,2 por cento abaixo das emissões do ano-base do protocolo para a UE-15 e 10,7 por cento abaixo do nível de 1990 para a UE-27, informou a declaração da AEA.
"Esses números provisórios são mais uma confirmação de que a UE está no caminho certo para alcançar a sua meta de Kyoto, mesmo que se deva reconhecer que parte da redução das emissões seja decorrente da desaceleração econômica," disse o comissário da UE para o Meio Ambiente, Stavros Dimas. "Essa tendência precisa se consolidar nos próximos anos," afirmou ele. "Essa é uma mensagem oportuna para o restante do mundo antes da conferência climática de Copenhague em dezembro," disse Dimas em um comunicado.
(Por Jeremy Smith, Reuters Brasil, 31/08/2009)