Em um esforço para recuperar a ‘qualidade’ de mananciais, diversos municípios dos EUA estão proibindo ou restringindo o uso de fósforo, componente de fertilizantes, reconhecidamente capaz de matar peixes e causar a proliferação de algas e de outros problemas.
Muitos produtores rurais questionaram a validade e a importância da decisão de proibir a utilização dos fertilizantes, bem como da criação de ‘zonas de amortecimento’ ao longo dos rios e lagos. No entanto, uma nova pesquisa [Reduced river phosphorus following implementation of a lawn fertilizer ordinance], publicada na Lake and Reservoir Management, Volume 25 Issue 3 2009, demonstra que, de fato, a proibição resultou em melhorias na qualidade da água.
A pesquisa documenta que os níveis de fósforo, no Huron River, caira, uma média de 28% depois que a cidade de Ann Arbor aprovou um decreto, em 2006, determinando a redução do uso do fósforo para adubação de gramados. O fósforo é naturalmente abundante no solo do sudeste do Michigan, tornando desnecessária e até excessiva a adubação com este nutriente.
Ao longo dos últimos 5 anos diversas pesquisas demonstram os severos impactos dos agroquímicos nos mananciais e na formação das zonas mortas oceânicas, o que, crescentemente, demonstram a urgência no desenvolvimento de controle e gerenciamento da utilização racional e segura dos fertilizantes químicos.
A segurança e a qualidade da água é um tema de extrema importância para qualquer comunidade e, diante dos riscos de escassez de água ao longo do século 21, não se pode permitir que a aplicação descontrolada de agroquímicos ao longo das áreas de influência dos mananciais.
O artigo “Reduced river phosphorus following implementation of a lawn fertilizer ordinance”, de John T. Lehman; Douglas W. Bell; Kahli E. McDonald, Lake and Reservoir Management, 1040-2381, Volume 25, Issue 3, 2009, Pages 307 – 312, apenas está disponível para assinantes. Outra versão em PDF do citado artigo, editada pelo governo dos EUA, pode ser acessada clicando aqui.
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(Por Henrique Cortez, EcoDebate, com informações de Nancy Ross-Flanigan, University of Michigan, 21/08/2009)