A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e fundadora do Movimento do Cinturão Verde Wangari Maathai ressalta no site All Africa que a proteção e restauração dos ecossistemas florestais e a mitigação do aquecimento global são questões de vida e morte.
O governo do Quênia declarou como desastre nacional o problema da fome que atingiu um terço da população, ou dez milhões de pessoas, devido à seca que o país enfrenta. Centenas de pessoas morreram em Bangladesh e a Índia recentemente por causa de um ciclone poderoso e Darfur enfrenta secas e desertificação, além dos conflitos pelo poder e violência que tomam conta deste país. “É claro ao redor da África e da maior parte do mundo em desenvolvimento que as questões ambientais não são um luxo extrínseco à sobrevivência econômica”, afirmou Maathai.
A África contribui apenas em 3,8% das emissões mundiais de gases do efeito estufa, entretanto, será fortemente afetada pelas mudanças climáticas. Maathai pede um “acordo verde” sobre o clima voltado para os países menos desenvolvidos, apoiando o desenvolvimento de tecnologias verdes e oferecendo novas fontes de recursos para a mitigação e adaptação.
“As negociações (de Copenhague) devem criar uma resposta abrangente, efetiva, justa e equitável para o aquecimento global. Um acordo sobre um plano abrangente para o manejo sustentável das florestas tropicais mundiais é essencial”, ressalta.
O Movimento do Cinturão Verde está implantando projetos pilotos tanto sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) como no mercado voluntário de carbono. Em uma campanha em parceria com o Programa de Meio Ambiente da ONU mais de três bilhões de árvores foram plantadas até março de 2009, e o objetivo é alcançar 7 bilhões até o final de 2009, com apoio de governos, comunidades, setor privado e outras instituições.
(CarbonoBrasil, 28/08/2009)