Entre as estratégias discutidas pelo PV gaúcho para a eleição de 2010, está o lançamento de candidato próprio a governador como forma de fortalecer a campanha de Marina Silva no Estado. Antes, porém, o partido terá de domar uma rebelião interna. O presidente estadual da legenda, Edison Pereira, é cotado para representar a sigla na disputa pelo governo gaúcho. Em 2006, ele ficou em oitavo lugar na briga pelo Palácio Piratini. Edison não descarta alianças. Aposta numa coligação com o PMDB gaúcho – caso a sigla esteja com Marina contra a ministra Dilma Rousseff (PT) – e o governador paulista José Serra (PSDB).
A liderança de Edison, entretanto, é questionada por um grupo encabeçado pelo ex-secretário de Comunicação e de Ativismo da sigla Marco Santos, conhecido como Mikonga, que defende a saída dele da presidência do partido. Candidato ao cargo, Mikonga afirma que a intenção é aproveitar o momento para refundar o PV, renovar os quadros e garantir democracia interna.
– O PV está descontente com seu presidente. Ele está no comando há cerca de cinco anos. É um interventor no Estado – diz o ex-secretário de Comunicação.
Dirigente insatisfeito foi afastado da executiva
Mikonga questiona até um encontro estadual da sigla agendado para os dias 18 e 19 de setembro em Canela, com a possível presença de Marina. O secretário diz que Edison marcou a reunião na Serra na tentativa de dificultar a participação de companheiros insatisfeitos. O grupo defende a realização de um seminário em Porto Alegre para repensar o PV. Durante a semana, Mikonga divulgou um texto, com 56 apoiadores, pedindo a saída do presidente da sigla.
Edison lamenta os movimentos do colega e diz que Mikonga foi afastado da executiva por conta da desavença. O presidente estadual pretende procurar a cúpula nacional para auxiliar na solução do impasse. Para o dirigente, divergências internas são normais em partidos:
– A atitude de Mikonga é de desespero. Muitos companheiros desaprovam o que ele está fazendo. Ele está usando nomes de pessoas que não apoiam esse movimento. Uma delas já disse que vai acioná-lo na Justiça.
Entre os apoiadores de mudanças na condução do PV, está o vereador de Gravataí Ricardo Canabarro. O vereador afirma estar ao lado da tese de renovação da legenda, mas tem uma postura mais apaziguadora:
– Temos uma discussão interna, coisa caseira. Estamos vivendo um grande momento, e as pessoas estão emocionadas.
(Zero Hora, 30/08/2009)