O presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, conseguiu um espaço na reunião da bancada federal gaúcha, nesta segunda-feira (31/08), em Porto Alegre, quando pedirá apoio parlamentar para a derrubada da instrução normativa 07 do Ibama, que obriga as usinas a compensarem as emissões de carbono da energia gerada por óleo ou carvão.
Pela portaria, um terço das emissões deve ser compensado com o plantio de árvores. O restante, por investimentos em fontes renováveis. 'Essa exigência duplica os investimentos', critica Zanan. De acordo com ele, os projetos de novas usinas a carvão não sairão do papel caso a nova regra seja mantida.
O dirigente cita o exemplo da MPX na Metade Sul, argumentando que, para compensar as emissões previstas, teria que plantar o equivalente a 60 mil hectares. A instrução foi publicada em abril e, desde lá, sofre oposição acirrada, inclusive do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima.
Fernando Zancan conta que o Comitê enviou carta à ministra Dilma Rousseff pedindo a revogação da instrução. O mesmo fez o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em ofício ao presidente Lula. 'Isso não é feito em lugar nenhum do mundo. A lei já prevê compensações ambientais por parte das usinas', alega Zancan.
(Por Denise Nunes, Correio do Povo, 30/08/2009)