(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
cvrd poluição industrial política ambiental do es
2009-08-28

A primeira de cinco telas de proteção Wind Fence, para a redução do pó de minério que emite há décadas, será inaugurada pela Vale nesta sexta-feira (28/08). A tela só será estará completamente instalada no final de setembro. E só em 2011 ela e as outras quatro que faltam vão completar o pacote de compromissos ambientais assumidos pela empresa em 2017.

O trabalho completo de combate ao “pó preto será” capaz de reduzir 80% das emissões. Mas isto só vai acontecer quando a quinta tela prometida for instalada, em 2011. A medida é uma obrigação da empresa para com a sociedade, que há 22 anos convive com a poluição indiscriminada da mineradora.

Apesar da inauguração antecipada da mineradora, somente a “primeira parte” da primeira tela foi instalada. A promessa é que o restante da tela seja instalado até o final de setembro, outras três telas até 2010 e a quinta tela somente em julho de 2011. A Wind Fence é uma estrutura metálica fechada por telas de polipropileno que suportam ventos de até 120 km/h e possuem até 21 metros de altura. A sua tela, em formato aerodinâmico, minimiza a dispersão do pó de minério no ar da grande Vitória.

Além das telas, a Vale se comprometeu a enclausurar suas áreas de transferência de minério entre uma correia e outra; trocar seus carregadores de navio por um novo modelo que inclua uma tromba capaz de impedir a dispersão do minério no ar e no mar; instalar sistemas de aspersão de água no processo de manuseio do pó e de aspersão de polímeros nas pilhas de minério.

Segundo ambientalistas, é importante lembrar que a mineradora nada mais faz do que atender, pela primeira vez, às exigências feitas por mais de vinte anos pela sociedade. Eles lembram que um TAC já havia sido assinado com a empresa na década de 90, mas foi ignorado pela até a decisão sobre sua expansão, quando uma negociação foi iniciada com a sociedade. Sob a ameaça da população e do próprio MPES, de que não seria autorizada sua expansão caso não garantisse as exigências da sociedade, a mineradora então foi obrigada a iniciar ações neste sentido.

Com a espera, os capixabas sofreram não só com a sujeira em suas casas, mas também com o aumento de casos de alergias, bronquite, sinusite, entre outras doenças, principalmente entre idosos e crianças. Participam da solenidade de inauguração na Vale a secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Maria da Glória Brito Abaurre; a diretora presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Sueli Passoni Tonini, e o diretor da Vale Felipe Guardiano.

É preciso mais
Mesmo com as medidas previstas pelo TAC, ainda há muito o que fazer para que a Vale minimize seus impactos. Um inventário começou a ser produzido pela empresa, porém ele ignora as emissões no Estado. Segundo divulgado pela empresa, a mineradora joga no ar 16,8 milhões de noteladas de CO² no mundo, sendo que pelo menos 11,6 milhões de toneladas de CO² são emitidas no Brasil, com o Espírito Santo figurando como um dos que mais sofrem com o problema.

Porém, quando chega às pelotizadoras de minério de ferro, o caso do Estado, não há nenhum número que mostre a dimensão da poluição por aqui provocada. Baseado nas omissões da empresa durante anos e no que eles chamam de  “moeda de troca” entre condicionantes e licenças para expandir e poluir ainda mais, os ambientalistas afirmam que é preciso ficar atento ao inventário da empresa, assim como os cumprimentos dos deveres previstos no TAC.

Alertam que, para camuflar a quantidade de poluentes que lança dia e noite na atmosfera da Grande Vitória, a empresa apenas diz que os grandes fornos exigem queima significativa de combustível, e alega que o esforço consiste em trocar o óleo por gás.

Há ainda o problema com o “óleo baiano”. Nunca é demais lembrar que desde 1969 os moradores da Grande Vitória são bombardeados por derivados do enxofre lançados no ar pela Vale. Tais produtos são derivados do chamado "óleo baiano" e são cancerígenos. Apesar da promessa da empresa de que irá trocar o óleo por gás, algumas usinas de pelotização e suas empresas coligadas em Tubarão ainda têm como combustível apenas o "óleo baiano".

A poluição atmosférica produzida pelo "óleo baiano" ocorre na combustão, quando o enxofre é convertido nos óxidos de enxofre (SO² e SO³) e são emitidos para a atmosfera. Estes óxidos de enxofre na atmosfera reagem como as gotículas de água em suspensão, resultando no ácido sulfúrico (H²SO4) que causa a chuva ácida.

Mesmo representando danos ao homem e ao meio ambiente, até hoje o produto é usado apenas por economia. É que o "óleo baiano" é produzido em grande quantidade no Brasil. Seu uso é proibido na Europa e nos Estados Unidos, pois tem teor de enxofre que varia entre 4,5% e 5% do peso do combustível. Como a produção nacional é grande e o seu emprego limitado, o preço é baixo.

(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 28/08/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -