Em respeito ao debate democrático, volto ao assunto do estádio de Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014, cujo governo estadual tinha um projeto, mas decidiu contratar outro, sem licitação, por falta de tempo. Em comunicado, a Secretaria de Turismo de Mato Grosso alega que “houve confusão ao comparar um estudo preliminar com o projeto básico executivo”.
Lembro, porém, que a informação sobre o abuso governamental não foi invenção, mas do presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, Antônio Joaquim. Uma autoridade que merece crédito, pois.
Explicações
Em resumo, a nota recebida repete algumas informações já publicadas, antes de conhecermos a versão do primeiro projeto elaborado. Mas destaca: “Apesar de não ter havido licitação, o Governo de MT realizou tomada de preços de outros projetos, modalidade prevista em lei, escolhendo o da GCP Arquitetos pelo seu conceito e pela economia que proporcionará na construção da Arena;”
O comunicado governamental informa, ainda, que, “finalizado o projeto básico e executivo da nova arena, promoverá licitação para contratar a empresa construtora do estádio.”
O outro lado
Reforço que o Governo do Estado do Mato Grosso não tinha apenas um “projeto preliminar” – como citou –, elaborado pelo escritório de Eduardo Castro Mello. Tinha, na verdade, um projeto detalhado, a partir do diagnóstico da situação física e apresentação de plantas baixas de todas as áreas do novo estádio, como cobertura, concepção estrutural, vestiários, estacionamentos, área de imprensa, tribuna de honra, restaurantes, bares, acessos, avaliação ambiental, etc.
É claro que cada governo das cidades-sedes ao Mundial de 2014 buscará o projeto que melhor atenda aos seus interesses. Mas gastar, em tempos de crise, com a elaboração de dois projetos para apenas um estádio de futebol é exorbitante, porque tal despesa é feita com o dinheiro de quem paga imposto.
Enfim, estamos apenas no começo do processo. Ainda faltam cinco anos para a Copa do Mundo e já temos um debate deste tamanho, com apenas uma cidade. Como são 12 sedes, Imaginem o que vem pela frente...
(Blog do José Cruz, 27/08/2009)