Depois de perder 2,5 mil peixes, agricultora de Ronda Alta comemora o retorno da chuva.
A chuva que atingiu o Estado nas últimas semanas levou alegria para a casa de dona Zenir Mariano e ajudou a mudar a paisagem de Ronda Alta, no norte do Estado. Aos 40 anos, ela viveu um momento triste em abril. No dia 18 daquele mês, como personagem da estiagem que atingia o Estado, ela foi retratada nas páginas de Zero Hora. O açude repleto de peixes e que ajudava no sustento dos cinco filhos sucumbiu à falta de chuva. Ontem, quatro meses depois de ilustrar o drama da seca caminhando pelo solo seco e rachado do local, ela começou a repovoar o reservatório com jundiás e carpas.
Na época da estiagem, da janela da cozinha, a agricultora viu uma das fontes do sustento da família minguar. A seca, que atingiu o Estado no final de 2008, agravou-se nos meses de março e abril e transformou o espelho d’água em uma cratera de terra. Na granja de 8,6 hectares, pelo menos 2,5 mil peixes morreram. O prejuízo da agricultora chegou a R$ 6 mil.
– A gente tinha planos de reformar a casa e fazer outras comprinhas com este dinheiro, mas não deu. Quando vejo este açude cheio fico emocionada. É a volta da vida – diz a mulher, que apostou na piscicultura como fonte de renda há 18 anos.
Agora, olhando da mesma janela de onde viu a água sumir, Zenir faz planos. Os primeiros peixes começaram a ser colocados de volta ontem. A intenção é devolver ao local pelo menos 4 mil exemplares. A intenção da família é de vender parte dos animais no início do próximo ano.
Por enquanto, a família se vira com o dinheiro ganho com a produção de 10 vacas leiteiras. A criação de porcos, galinhas e ovelhas dá fôlego aos Mariano enquanto não volta o dinheiro dos peixes, que representava até metade do rendimento familiar.
– Se Deus quiser, vamos poder colher os frutos disso tudo – conta.
(Por Leandro Belles, Zero Hora, 28/08/2009)