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consumo de energia emissões de co2 política ambiental da índia
2009-08-28

Governo determinará um teto para o uso de eletricidade pelas indústrias e promete a economia de 5% no consumo e a redução de até 100 milhões de toneladas de CO2 até 2015

O governo indiano divulgou nesta quarta-feira (26/08) o plano “Missão Nacional de Incremento da Eficiência Energética” que, entre outras medidas, prevê a criação de um mercado de permissões para o consumo de energia. O esquema indiano funcionará de maneira similar ao mercado de permissões de emissão de gases do efeito estufa europeu, só que no lugar de emissões, a Índia estará limitando a energia elétrica. A empresa que ultrapassar sua cota terá que pagar pelo excedente comprando créditos chamados “Energy Savings Certificates”(ESCerts).

Segundo o primeiro-ministro, Manmohan Singh, o plano deverá gerar recursos e ainda ajudar a reduzir a contribuição indiana para o aquecimento global. “Poderemos alcançar transações que somarão até US$ 15 bilhões, além disso, deveremos reduzir o consumo de energia em 5% até 2015 e evitar as emissões de 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2)  por ano”, afirmou. A Índia emite atualmente cerca de 1,8 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa anualmente, sendo o sexto maior emissor mundial, segundo dados do World Resources Institute.

Iniciativas
A expansão do uso do mercado global de carbono para ajudar a atingir suas metas de consumo de energia também foi anunciada pelo governo. O país já é o segundo maior fornecedor de créditos para projetos de eficiência energética aprovados pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU (MDL). Eles incluem a reutilização de calor por produtores de ferro e aço, e também de melhoramentos em usinas tradicionais de geração de energia.

Ainda há planos para um fundo que irá prover empréstimos garantidos para programas de eficiência energética, enquanto outro grupo de recursos será criado para dar apoio às companhias que desenvolverem produtos e serviços de menor consumo. O país espera economizar 10GW até 2012 através do uso eficiente de energia. Maiores detalhes, como a quantidade de recursos, ainda não foram divulgados.

No começo de agosto a Índia já havia anunciado que tornaria obrigatórias as medidas de eficiência energética para produtos como ar condicionados e refrigeradores. A iniciativa, que deve iniciar em janeiro, irá determinar ainda que lâmpadas fluorescentes tragam rótulos informando os consumidores sobre o seu consumo energético. Até junho de 2010, o sistema de medidas de eficiência será expandido para cobrir motores elétricos, televisores e fornos. As indústrias indianas terão que aderir ao esquema, não importando se seus produtos serão consumidos no país ou exportados.

Copenhague
A Índia vem sendo criticada pela sua relutância em adotar metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. Ao lado da China e Brasil, o país será um dos protagonistas da conferência climática que será realizada em dezembro, na Dinamarca, uma vez que os países ricos insistem que os emergentes assumam metas de redução de CO2. “Espero que nossos planos sirvam para provar para a comunidade internacional de que temos a vontade de contribuir de maneira significativa para superar o desafio das mudanças climáticas”, afirmou Singh.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 27/08/2009)


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