As aves domésticas podem estar em risco após o surto de gripe H1N1 registrado na semana passada em perus no Chile, informou a agência para agricultura e alimentação da Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira, pedindo um aperfeiçoamento no controle da saúde de animais.
O surto no Chile foi o primeiro caso do vírus encontrado fora de seres humanos e porcos, mas o Chile disse que isso não é uma ameaça à saúde pública. "A detecção do vírus H1N1 em perus no Chile aumentou a preocupação de que fazendas de aves domésticas em outros lugares do mundo possam também se infectar com o vírus da gripe pandêmica, atualmente circulando em humanos", informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em um comunicado.
A atual cepa do vírus H1N1 não é mais mortal do que os comuns vírus sazonais da gripe, mas pode teoricamente tornar-se mais perigosa se se somar ao vírus H5N1, conhecido como gripe aviária, que é de longe mais letal, informou a FAO. "No sudeste da Ásia, onde há muito do vírus circulando em aves domésticas, a introdução do H1N1 nessas populações pode ser uma grande preocupação", disse em um comunicado o chefe interino veterinário da FAO, Juan Lubroth.
A descoberta do vírus H1N1 em perus não apresenta qualquer ameaça imediata à saúde humana e a carne de peru ainda pode ser vendida após inspeção veterinária e processamento higiênico, informou a FAO, elogiando a decisão do Chile de não selecionar aves infectadas. A FAO pediu aos países desenvolvidos para intensificar o controle veterinário, o controle da doença e assegurar que as diretrizes das boas práticas de higiene e agricultura sejam cumpridas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), instalada em Genebra, declarou a pandemia do vírus H1N1 em junho. O vírus já se espalhou até agora para cerca de 180 países, causando ao menos 1.799 mortes confirmadas por exames laboratoriais. A OMS informou que a pandemia não pode ser detida.
(Por Svetlana Kovalyova, UOL Reuters, 27/08/2009)