O governador de Mato Grosso, Blairo Borges Maggi, não precisava gastar R$ 14 milhões para elaborar às pressas um projeto de estádio para receber os jogos da Copa do Mundo, como contamos em matérias abaixo. Não precisava porque já era dono de um projeto que foi usado, inclusive, para eleger Cuiabá, junto à Fifa, como uma das sedes da Copa.
Porém, alegando que a obra original tinha custo elevado (R$ 500 milhões), decidiu rasgar a proposta e chamar outra empresa, fugindo da tal licitação, recurso público-administrativo que dá transparência nas ações governamentais.
Bingo
Quem ajudou a esclarecer o fato foi o engenheiro Eduardo Castro Mello, que tem escritório em São Paulo, autor do primeiro projeto. Quando na madrugada ele viu na página do UOL a foto do estádio de Cuiabá, ilustrando a chamada para a matéria que escrevi sobre o assunto, o arquiteto Eduardo Castro Mello estranhou:
“Ops! este estádio é o meu projeto, mas não vale mais!” Em seguida, Castro Mello me escreveu para esclarecer: “Meu projeto foi detonado. Já tem outro."
Ou seja, o governador pagou duas vezes para ter um só projeto.
De fato, já vimos este filme. E cada vez me convenço mais de que o Pan-2007 foi de um aprendizado espetacular... Fica registrado neste blog, pois, o primeiro escândalo com dinheiro público rumo à Copa de 2014.
(Blog do José Cruz, 26/08/2009)