O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anuncia para esta quinta (27/08) um ato público contra a morte de Elton Brum da Silva justamente na polêmica área em que o sem-terra foi morto na última sexta-feira. ABrigada Militar foi alertada para a mobilização na Fazenda Southall, em São Gabriel, e não a impedirá, mas monitorará os passos de todos os manifestantes. A área é a mesma em que o MST invadiu e teve de sair após decisão judicial.
Asaída do acampamento Filhos de Sepé, às margens da RS-630, em direção à fazenda está marcada para as 8h30min. Os sem-terra devem fazer metade do trajeto de ônibus e, metade, a pé. Segundo Nina Tonin, uma das coordenadoras do MST no Rio Grande do Sul, integrantes do movimento de Santa Maria e de Porto Alegre devem participar.
– Vai ser um ato simbólico em homenagem ao Elton. Vamos clamar por justiça. Queremos saber quem o matou – diz Nina.
O ato deve durar cerca de uma hora e meia. A Brigada promete acompanhar os manifestantes.
– Estaremos de sobreaviso desde as 6h – diz o sargento Cleudonir Freitas Pereira, da BM de São Gabriel.
Imagens de vídeo serão periciadas
Um perito em imagens está ajudando na identificação do policial militar que atirou no sem-terra. A busca está sendo feita no filme de 55 minutos gravado pela Brigada, na sexta-feira, durante a operação de despejo de militantes do MST da Southall.
– Na noite de terça-feira e em parte da madrugada de ontem, examinei a gravação em vídeo com o ajuda de um perito em imagem. Creio que estamos em um bom caminho para esclarecer o caso – informou o coronel Paulo Rogério Machado Porto, corregedor-geral da BM e responsável pelo Inquérito Policial-militar (IPM) que investiga o caso.
Na manhã de quarta (26/08), o coronel enviou as imagens para serem periciadas pelo Departamento de Criminalística.
Até ontem, o corregedor-geral da BM já tinha ouvido o depoimento de 15 policiais militares que usavam calibre 12 com munição letal durante a operação. Todos negaram que tivessem realizado o disparo que matou o sem-terra. Ontem, outras pessoas ainda estavam sendo ouvidas.
(Zero Hora, 27/08/2009)