A terça-feira foi movimentada na indústria de transformação plástica. A chamada terceira geração da cadeia petroquímica tenta articular uma reação à intenção da Braskem de adquirir a Quattor, grupo empresarial formado pela Unipar (60%) e Petrobras (40%), com sede no Rio de Janeiro e dez fábricas no Rio, São Paulo e Bahia. O temor é a concentração de mercado em mãos da Braskem.
Se a compra da Quattor se concretizar, ela terá 100% da produção de polipropileno e de polietileno, alega um empresário, considerado uma das lideranças do setor no Estado. Ele não duvida que o negócio se efetive. 'Veja os exemplos da Ipiranga e da Petroquímica Triunfo', argumenta.
A tentativa de reação se dá em duas frentes: por meio do Sinplast, que representa a indústria plástica, e à revelia dele. No primeiro caso, foi pedida nesta terça (25/08) uma reunião em caráter de urgência à diretoria do sindicato, para tratar do assunto. Pode ser solicitada uma assembleia extraordinária para definir formas de pressão.
Via política
Se a resposta do Sinplast não for a esperada, o mesmo grupo articula o envio de correspondência a deputados e senadores gaúchos, pedindo que se manifestem e intervenham politicamente contra o monopólio privado na petroquímica. Mas há um melindre: nem todos se dispõem a assinar, temendo represálias nos negócios.
O avanço da Braskem no mercado é motivo de descontentamento entre empresários em relação às entidades do setor, consideradas omissas. O empresário citado acima afirma que sem o apoio institucional fica difícil articular uma mobilização nacional. De acordo com ele, Santa Catarina é exceção. 'Lá, o setor vai se mexer', avisa.
(Por Denise Nunes, Correio do Povo, 26/08/2009)