A produção de três das mais importantes culturas agrícolas dos EUA, milho, soja e algodão, será significativamente menor, na exata medida e proporção do aumento da temperatura, em razão do aquecimento global. Em um estudo [Nonlinear temperature effects indicate severe damages to U.S. crop yields under climate change] publicado esta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences, prevê que as colheitas dos EUA podem diminuir de 30 a 46% ao longo deste século, de acordo com os mais conservadores cenários de aquecimento global.
Nos piores cenários, as colheitas podem ser reduzidas de 63 a 82%, o que teria efeitos devastadores na oferta de produtos agrícolas, em especial de alimentos. O estudo mostra que o rendimento das culturas é maior em uma temperatura que esteja entre 10 e 30°C. Mas quando os níveis médios de temperatura ultrapassam 29°C para o milho, 30°C para a soja e 32°C para o algodão, o rendimento começa a cair.
O estudo examinou apenas o rendimento das culturas nos EUA. em cenários de aquecimento global, mas o alcance global do mercado de commodities resulta em impactos no mundo inteiro, principalmente tendo em vista que os EUA respondem 41% da produção global de milho e 38% da produção de soja.
Efeito semelhante também deve ocorrer em outras regiões do globo e o Brasil, grande produtor de grãos, não deve enfrentar um cenário de risco muito diverso dos EUA.
Artigo: “Nonlinear temperature effects indicate severe damages to U.S. crop yields under climate change”. Autores: Wolfram Schlenker, Columbia University e Michael Roberts, North Carolina State University
(Por Henrique Cortez, EcoDebate, 26/08/2009)