Prefeitos de cidades à beira da BR-116 pretendem elaborar leis com regras para uso de publicidade
Cinco dos principais municípios da Região Metropolitana e do Vale do Sinos articulam um combate à poluição visual. Ontem, representantes de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo se reuniram com a intenção de traçar prazos para projetos de lei municipais. A BR-116 seria um dos primeiros pontos a serem recuperados.
Desde o começo do ano, os prefeitos dessas cidades, cortadas pela BR-116, conversam sobre o assunto. Aos poucos, ficou claro o anseio comum de buscar regras para a colocação de placas publicitárias, outdoors e frontligths (outdoor iluminado).
– Buscamos uma lei semelhante para manter a região homogênea. A nossa constatação é de que as nossas cidades estão muito poluídas, não somente a BR-116 – diz o prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann.
Segundo ele, a falta de uma legislação específica ajudou no crescimento desregrado dessas propagandas, que também estariam encobrindo edifícios históricos. Do encontro de ontem, ficou acertado um prazo para as administrações concluírem seus projetos de lei, 15 de outubro. Até lá, cada cidade discutirá com representantes dos lojistas e da comunidade em geral. Canoas, segundo o prefeito, Jairo Jorge, sente muito os efeitos da poluição visual.
– Para muitas pessoas, a cara de Canoas é o que ela consegue ver ao circular pela BR-116. E, hoje, existe um exagero, são mais de cem frontligths no nosso trecho. Queremos tirar essas propagandas para podermos fazer uma revitalização urbanística – diz.
Durante a reunião, o grupo citou o exemplo da cidade de São Paulo, que desde janeiro de 2007 tem legislação contra a poluição visual, proibindo todo tipo de publicidade externa, como outdoors, painéis em fachadas de prédios e frontlights.
Lojistas esperam moderação na lei
A opinião do prefeito Jairo Jorge não encontra resistência na Câmara de Dirigentes Lojistas de Canoas. Para o presidente da entidade, Luiz Roberto Steinmetz, os anúncios luminosos na rodovia trazem um benefício:
– À noite, o que impede que Canoas pareça uma cidade fantasma para quem passa pela BR são os frontlights. É o que deixa a cidade viva – diz Steinmetz.
Segundo ele, não se pode falar em excesso de propaganda no trecho. Aplicar ações que serviram em São Paulo, por exemplo, seria um exagero na opinião dele. Quando a CDL de Canoas for chamada para as conversas, defenderá moderação.
– É preciso proteger os comerciantes e lojistas que estão investindo na cidade. Agora, há outdoors que são apenas especulativos, de gente que não tem negócios na cidade. Nesses casos, a prefeitura poderia agir – afirma.
(Zero Hora, 26/08/2009)