A construção de emissários submarinos – tubulação utilizada para lançamento de esgotos sanitários ou industriais no mar, aproveitando-se a elevada capacidade de auto-depuração das águas marinhas que promovem a diluição, dispersão e o decaimento de cargas poluentes a elas lançadas - é a nova decisão técnica que a Casan deliberou adotar como solução do problema de tratamento de esgoto, anunciou na noite desta segunda (24/08) o presidente da empresa, Walmor de Lucca, ao fazer uma explanação sobre o sistema de saneamento básico na Capital, atendendo requerimento dos vereadores Erádio Gonçalves e Jaime Tonello, ambos do DEM.
A estatal optou pela saída após contratar um estudo da Universidade do Vale do Itajai (Univali) que concluiu ser tal sistema muito mais eficiente que os disponíveis atualmente, pelas vantagens que tem, inclusive quanto a custos. Citou vários exemplos de cidades brasileiras que já adotam, com sucesso e sem poluição em suas praias, o sistema de emissários submarinos, dentre Rio de Janeiro e Laguna. A Casan tem projeto para implantar dois emissários. Um está planejado para atender a região norte da Ilha e outro o Centro e Sul da Ilha.
Walmor de Lucca apresentou um panorama da ação da estatal em Florianópolis, destacando as obras de tratamento de esgoto já concluídas, como as da Lagoa da Conceição, Saco Grande, Barra da Lagoa, Costeira do Pirajubaé, Canto da Lagoa e Ingleses (em fase de conclusão). Em andamento, com conclusão prevista para 2010, estão as redes de Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas, Canto do Lamin, Santo Antonio de Lisboa, Cacupé, Sambaqui, Campeche, Ribeirão da Ilha e Tapera. Quando terminadas, o índice da população atendida passará para 70% de cobertura. Atualmente é de 51%. Era 43% em 2003.
Após citar que no abastecimento de água a situação é mais tranqüila – de 2003 até agora 233.192 famílias foram ligadas à rede – o presidente da Casan afirmou que para viabilizar seus futuros projetos a empresa precisa de R$ 200 milhões. Os recursos virão do governo federal, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) e através de financiamento com instituição financeira japonesa (Jica). Advertiu, entretanto, que todas as futuras obras correm risco de não serem implantadas devido às excessivas exigências no âmbito do licenciamento ambiental.
Após sua explanação, Walmor de Lucca foi questionado por vários vereadores, que fizeram dezenas de perguntas, algumas criticando a empresa pelos transtornos que suas obras causam nas vias públicas, outras de preocupação quanto à demora na chegada do serviço de esgoto por impasses ambientais. Os vereadores Renato Geske (PR) e Aurelio Valente (PP) apresentaram amostras de água turva fornecida pela empresa, de quem cobraram qualidade do produto.
(Ascom Câmara Municipal de Florianópolis, 24/08/2009)