144 toneladas de resíduos domésticos e tóxicos estão na estação aduaneira da cidade da Serra
Enquanto a transportadora, a importadora e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não se entendem, as 144 toneladas de lixo importado indevidamente da Inglaterra continuam depositadas no pátio da Estação Aduaneira de Caxias.
A explicação para a demora no embarque dos resíduos é a falta de contêineres para carregar o material. Caxias guarda a única carga do lixo inglês que ainda permanece no Brasil. As cargas que estavam nos portos de Rio Grande e Santos chegaram ao porto de Felixtowe, em Suffock, na Inglaterra, no final de semana.
De acordo com o delegado da Receita Federal em Caxias, Wesley Gonçalves, a responsabilidade por conseguir as caixas metálicas para o transporte a partir da estação aduaneira seria da transportadora, no caso a MSC Mediaterranean Shipping Company do Brasil. Além disso, a MSC também teria de pagar taxas pela permanência do material na estação aduaneira, segundo Gonçalves. À Alfatec, importadora de Bento Gonçalves que trouxe o lixo, caberia a responsabilidade de custear o transporte das caixas por via terrestre até o porto. O serviço seria realizado por uma empresa de Rio Grande.
A reportagem entrou em contato com a MSC na segunda (24/08). Daniel Arsi, a pessoa que se apresentou como encarregada do assunto do lixo inglês, disse que só daria retorno por e-mail, mas não respondeu os motivos da demora na obtenção dos contêineres. O carregamento que partiu de Rio Grande e Santos nos dias 3 e 5 de agosto foi levado em recipientes da própria MSC. O jornal Pioneiro também tentou contato por telefone com a advogada da Alfatec, que importou o lixo, mas ela não atendeu as ligações.
Enquanto o imbróglio não é resolvido, o lixo que está na estação aduaneira recebeu proteção de lona há algumas semanas. O monte de fardos prensados e amarrados por cordas estava ao ar livre, exalando cheiro e recebendo chuva desde que foi depositado em Caxias, no dia 15 de abril.
A determinação, informa o supervisor da Receita Federal na estação aduaneira, Renato Henckes, teria partido do Ibama.
(Zero Hora, 25/08/2009)