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corredores ecológicos mudança de hábitos dos animais conservação da biodiversidade
2009-08-24

Trechos de mata preservada, se forem conectados por estreitas faixas de terra mantidas em estado natural, permitem que plantas e animais se desenvolvam naturalmente

Animais vivem perambulando. Por isso, quando passam a viver em espaços reduzidos e cercados por empreendimentos imobiliários ou grandes áreas cultivadas, seus movimentos são confinados de forma não natural. Eles dificilmente conseguirão descobrir que um oásis verde, às vezes 1 quilômetro além, oferece alimentos à vontade, locais para nidificação e até companheiros com genes diferentes (o que é muito bom para a saúde da espécie). Além disso, a circulação de sementes e pólen, que naturalmente pegam carona com os animais, também é prejudicada.

Entretanto, como os conservacionistas descobriram há mais de 40 anos, se esses fragmentos de mata preservada forem conectados por estreitas faixas de terra mantidas em estado natural, conhecidas como “corredores de habitats”, plantas e animais poderão se desenvolver naturalmente. Resultados publicados on-line em maio, na Proceedings of the National Academy of Sciences, sugerem que os benefícios dessa estratégia para a diversidade podem se estender além dos limites desses trechos de terra interligados.

“O efeito benéfico obtido com os corredores amplia a vantagem conservacional” segundo o coautor do estudo, Nick Haddad, professor-associado de biologia da North Carolina State University. Sua equipe descobriu que, ao se adicionar corredores de habitats, a área de aprimoramento da biodiversidade das plantas dobrou.

À medida que a população humana aumenta, também crescem as barreiras espaciais e sociais para o estabelecimento de novas áreas de conservação. Isso torna especialmente valiosa a criação de caminhos entre as áreas protegidas atuais. Apenas 10% da terra em todo o mundo é protegida, observa o principal autor do estudo, Lars Brudvig, pós-doutorando da Washington University, em St. Louis. “Isso dá esperanças para os 90% restantes que não recebem proteção oficial”.

Os pesquisadores emprestaram a ideia da gestão da pesca marinha. Proibir a pesca em áreas superexploradas permite a recuperação de espécies, que aumentam tanto a ponto de invadir águas próximas, onde a pesca é permitida. Como resultado, explica Brudvig, áreas marinhas protegidas “dão sustentação a uma maior produção pesqueira, em relação aos locais onde a pesca é liberada.”

No maior experimento de corredores de habitats do mundo, Brudvig, Haddad e colegas transpuseram essa técnica do mar para a terra, e extrapolaram de um pequeno grupo de espécies para um ecossistema inteiro. Dentro de cada uma de oito plantações experimentais de pinheiros, eles prepararam cinco fragmentos de terra abertos para reintrodução de espécies nativas: dois eles conectaram aos corredores, os outros três foram mantidos isolados.

Nos fragmentos conectados, o aumento na biodiversidade de plantas nativas estendeu-se por 30% da largura de um hectare original (um por cento de um quilômetro quadrado). Esses resultados podem ser aplicados a fragmentos de todos os tamanhos e formas, mas a “grande maioria das áreas protegidas do mundo não ultrapassa esse valor,” avalia Brudvig. “Nossas descobertas podem ser aplicadas diretamente em reservas menores.”

No local do estudo, na Carolina do Sul, os efeitos foram significativos. Antes de os humanos começarem a converter suas terras em plantações, savanas de pinheiros de folhas longas (Pinus palustris) dominavam o sudeste dos Estados Unidos. O que sobrou dessa paisagem nativa permanece um “oásis de biodiversidade” e “abriga muitas espécies não encontradas em mais nenhum outro lugar do mundo,” observa Brudvig. “Ao defendê-los estamos, em alguns casos, evitando que se extingam.”

(Por Lynne Peeples, Scientific American Brasil, 30/07/2009)


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