A gripe A está em declínio no Rio Grande do Sul. O número de notificações de casos graves na última semana caiu pela metade em relação ao período de pico da doença, registrado no final de julho. O balanço foi mostrado pelo secretário da Saúde, Osmar Terra. Ele apresentou ainda conclusões preliminares de uma pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde (SES) sobre a ação do Tamiflu. Segundo os resultados, 30% dos pacientes internados em UTI com a doença haviam sido medicados com o antiviral nas primeiras 48 horas de aparecimento dos sintomas, conforme orientação da Organização Mundial da Saúde. 'Não é um remédio tão mágico como gostaríamos que fosse.'
Com a redução de casos, a secretaria vai autorizar hoje a retomada das cirurgias eletivas pelo SUS. Os procedimentos haviam sido suspensos para ampliar o número de leitos hospitalares. 'A tendência é normalizar a situação em todo o Estado', disse. Essa e outras medidas poderão ser retomadas se os casos da doença voltarem a crescer. 'Toda pandemia tem uma segunda onda, algumas uma terceira. Esperamos que a próxima venha só no próximo ano, quando teremos a vacina.' Hoje 150 pessoas com gripe A estão em UTIs, metade do verificado no auge da epidemia. O índice de notificações de casos graves cai: na última semana foram cerca de 40 na Capital e região Metropolitana, 90 a menos que na anterior.
Terra comentou a decisão dos professores da rede municipal de ensino de Porto Alegre em suspender as aulas até dia 31. 'Isso não pode ser colocado na conta da gripe. Trata-se de um problema interno da prefeitura', avaliou. Alegou que o auge da epidemia no RS foi no período de férias. 'Os estudantes não vão para casa e ficam fechados. Eles vão se enturmar em algum lugar. A transmissão do vírus acaba acontecendo de alguma forma', reiterou. O prefeito José Fogaça rebateu o comentário de Terra sobre os motivos do novo adiamento das aulas na rede municipal.
(Correio do Povo, 24/08/2009)