Apresentado dentro das ações de diversificação das regiões produtoras de tabaco, o projeto destinado ao cultivo de girassol para a produção de biodiesel terá incentivos no Vale do Rio Pardo. A partir da safra 2009/2010 os agricultores participantes vão contar com ações voltadas ao fomento da atividade, por meio da oferta de assistência técnica.
O projeto, desenvolvido pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) com apoio da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), tem como foco a pequena propriedade. Por meio das ações de fomento, anunciadas nesta sexta-feira, os fumicultores interessados em aderir à iniciativa contarão com maior suporte técnico e operacional. Os valores a serem destinados para essa ação vão depender da demanda, informou o vice-presidente da Afubra, Heitor Petry.
A intenção é manter o cultivo de lavouras com um hectare de girassol nas regiões rurais. Com a colheita, a Afubra fará o beneficiamento das sementes para extração do óleo vegetal na Unidade de Bionergia da Afubra. A partir daí será fabricado o combustível que poderá ser usado em tratores e veículos. A torta, resultante da prensagem dos grãos, será destinada à alimentação do gado.
Resultado
Por enquanto as atividades seguem em fase experimental. De acordo com Petry, a meta é aprofundar o estudo a fim de identificar a rentabilidade da iniciativa e possibilitar que mais famílias possam aderir. “Já existem grupos de outros municípios interessados e isso é indicativo de que estamos no caminho certo”, destaca Petry. Os resultados da última safra demonstram que foram cultivadas 23 lavouras em 20 municípios do Vale do Rio Pardo. Uma área de 15,9 hectares foi ocupada com a oleaginosa, ocasionando uma produtividade média de 1.357 quilos por hectare.
O rendimento foi 5,4% menor que na safra 2007/2008, quando foram colhidos 1.435 quilos de semente a cada hectare. O custo de produção no último ano foi de R$ 1.158,17, ante os R$ 1.055,10 de 2007/2008. “Há dados que comprovam a produtividade, custo de produção e preço do biodiesel. Com eles observamos que dentro de uma situação de normalidade existe uma margem de renda para o produtor que varia de acordo com a produtividade”, explicou.
Onde estão as lavouras
Barros Cassal, Boqueirão do Leão, Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Ilópolis, Lagoão, Marques de Souza, Mato Leitão, Passo do Sobrado, Progresso, Relvado, Rio Pardo, Santa Clara do Sul, Santa Cruz do Sul, Sério, Sinimbu, Vale Verde, Vale do Sol e Vera Cruz.
(Por Igor Muller, Gazeta do Sul, 23/08/2009)