Uma força da natureza atrai borboletas, morcegos e aves aos céus acima de uma formação geográfica conhecida como “Shawangunk-Kittatinny Ridge”: O vento. Todo outono, uma forte e constante corrente de ar cria outras correntes quentes ascendentes quando choca-se com as 250 milhas de montanhas ao longo das Cordilheiras Apalaches no Condado de Ulster, em New York, através da região nordeste de New Jersey e no sentido sul da Pensilvânia. Milhões de anos atrás, borboletas, morcegos e pássaros, especialmente aves de rapina, descobriram que podiam, sem nenhum esforço, planarem nas correntes quentes durante suas migrações anuais no outono e, por isso, passam pela região aos milhares.
Observadores de aves selvagens que perceberam o fenômeno há menos de 1 século atrás também lotam o local para apreciarem águias, falcões peregrinos e outras 13 espécies de aves de rapina que compartilham o céu. Entretanto, hélices de usinas de vento ameaçam literalmente destroçar os animais.
A crescente necessidade da nação por energia alternativa chegou à uma parte da cordilheira conhecida como Blue Mountain (Montanha Azul), no município de Towamensing Township (PA), localizado a cerca de 20 milhas oeste da divisa com New Jersey. Uma estação de esqui interessada em cortas os custos elétricos construiu uma torre de teste em dezembro com o objetivo de monitorar o potencial para a instalação de pelo menos 1 turbina e outro balneário em Delaware (PA) possui planos similares.
“Existe a preocupação ao longo da cordilheira Apalache”, disse Donald Heintzelman, ornitologista, autor e co-fundador do Centro de Informações da Vida Selvagem em Slatington (PA). “Já existem usinas de vento em West Virgínia, e no sudeste da Pensilvânia, assim como no norte de Scranton e Wilkes-Barre. Queremos mantê-las fora do Shawangunk-Kittatinny. Esta é uma rota migratória conhecida internacionalmente”.
Há 35 anos, aves selvagens têm colidido com as hélices gigantes em lugares como Altamont Pass (CA). Um estudo realizado em 2004 demonstrou que entre 1.766 e 4.721 aves, incluindo águias, são destroçadas todos os anos nas 5 mil turbinas.
(Brazilian Voice / ANDA, 20/08/