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política ambiental brasil ministério do meio ambiente marketing verde
2009-08-21

O termo "maquiagem verde" surgiu entre os ambientalistas para designar um conjunto de políticas adotadas por determinadas empresas, aliadas a ações de marketing, para camuflar atuações predatórias ao meio ambiente.  Dessa vez, porém, o sociólogo Sérgio Abranches inovou no uso do termo. Durante palestra realizada nesta quarta (19/08), o pesquisador afirmou que políticas como SLAPR, Fundo Amazônia e Plano Nacional de Redução de Desmatamento não passam de uma forma de maquiagem usada pelo governo.

Durante toda a palestra, que aconteceu na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e tinha como tema "O Brasil na era do baixo carbono", não faltou crítica às políticas adotadas na região amazônica. "O que está sendo feito na Amazônia é uma catástrofe ambiental, e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) acha que isso é que é modernidade", afirmou o pesquisador.

Quando questionado se as políticas ambientais brasileiras, que teoricamente se contrapõe ao desenvolvimentismo do PAC, cumpriam seu papel, Abranches foi categórico.  "O que o Ministério do Meio Ambiente faz não passa de maquiagem verde governamental.  É uma tentativa de calar o setor ambientalista, uma venda de indulgências", afirmou o pesquisador. Para ele, até mesmo programas como o Fundo Amazônia, por meio do qual nações ricas fazem doações de grandes quantias para investimentos em políticas ambientais na floresta, não passa de uma forma de apaziguar consciências.  "A Noruega, que se sente culpada pela degradação de seu ambiente, vem e paga, comprando sua vaga no paraíso verde", ironizou o pesquisador.

Para Abranches, as soluções para a floresta estão ligadas a: presença de governança, criação de sistemas de biodiversidade e pesquisa científica em técnicas de reflorestamento para o plantio da floresta com o intuito da exploração. "De todos os países que hoje são bloqueadores de políticas de redução de carbono, o Brasil é o mais atrasado em termos ambientais. REDD (Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação), por exemplo, é fundamental.  É um tiro no pé o que o país está fazendo", afirmou.

Copenhagen
Sérgio Abranches aproveitou também a palestra para comentar a problemática das negociações da Convenção das Partes Sobre o Clima (COP 15) de Copenhagen, que será organizada pelas Nações Unidas em dezembro deste ano.  Segundo o acadêmico, a sistemática da convenção já peca em sua estrutura.  "A convenção escolheu o pior dos modelos democráticos para a discussão, que é a de assembléia constituinte, e entre as possibilidades dessa, a metodologia mais difícil, que é a de unanimidade", afirmou.

Para Abranches, o único caminho para que alguma decisão conclusiva seja ensaiada na convenção, seria o funcionamento da assembléia por meio de um sistema de "acordo de parceiros".  Nesse esquema, os países chaves das negociações realizariam as discussões e tomariam as decisões, que só depois passariam pela aprovação geral para legitimação.  "O que gera a não decisão durante estas convenções é a existência de uma pressão muito fragmentada sobre os líderes mundiais, a possibilidade de muitos vetos durante o processo e o posicionamento de três cientistas no mundo todo que ainda negam a existência das mudanças climáticas, mas que em alguns discursos parecem ser três mil", afirmou.

Apesar de toda esta problemática, Abranches mantém o otimismo.  "Acredito que vamos efetivamente entrar no século XXI na segunda década deste século.  Será uma ruptura tão grande quanto a mudança da idade média para o iluminismo", afirmou o pesquisador, e concluiu fazendo futurologia.  "Em breve o teor de carbono da produção dos produtos estará no rótulo, logo ao lado da quantidade de colesterol".

(Por Flávio Bonanome, Amazonia.org.br / IHUnisinos, 20/08/2009)


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