Reverter o aquecimento global vai custar até US$ 185 bilhões ao ano até 2020, e exigirá mais ação por parte dos governos do mundo do que o que já foi prometido, disse um grupo internacional de análises ambientais. A Fundação ClimateWorks disse que as negociações das Nações Unidas fracassarão em atingir um acordo que faça sentido se basear-se nas propostas feitas até agora, e que uma nova abordagem é necessária.
"A mudança climática é um problema passível de solução, e a solução representa uma grande oportunidade tanto em termos de crescimento econômico quanto de desenvolvimento global", disse um relatório do ramo europeu da fundação. Mas adverte que "os compromissos e ações atuais são insuficientes" para garantir cortes profundos nas emissões de carbono até 2050. A ClimateWorks fornece análises econômicas e ambientais para as conversações da ONU que têm por objetivo fechar um novo acordo para substituir o Protocolo de Kyoto de 1997.
A ONU convocou uma cúpula sobre o efeito estufa para o dia 22 de setembro, em Nova York, e mais discussões ocorrerão no período de 24 e 25 de setembro em Pittsburgh. O objetivo é chegar a um acordo final para a reunião de dezembro em Copenhague, na Dinamarca, que permita limitar o aquecimento global a um máximo de 2º C acima dos níveis pré-industriais.
O relatório da ClimateWorks estima que os governos terão de gastar de US$ 135 bilhões a US$ 185 bilhões ao ano, de 2010 a 2020, em medidas para poupar energia e desenvolver tecnologias de baixa emissão de carbono, particularmente em transporte e construção. Esse gasto também inclui até US$114 bilhões anuais de 2010 a 2020 para ajudar os países pobres a cumprir sues compromissos de combate ao efeito estufa. Os números estão próximos dos de uma estimativa da ONG ambientalista WWF, que pôs o custo em US$ 160 bilhões. Outras fontes, no entanto, já calcularam que o combate ao efeito estufa custará 1% do PIB mundial global, o equivalente a US$ v400 bilhões anuais.
A Fundação Europeia do clima disse, nesta quinta-feira (20/08) que as tecnologia atuais são suficientes para cortar as emissões de partículas poluidoras a 35 bilhões de toneladas ao ano até 2030, mas que ações urgentes são necessárias tanto nos países ricos quanto nos pobres. "Não temos o luxo do tempo para entrar num acordo global onde os países desenvolvidos agem primeiro e os em desenvolvimento seguem", diz, em relatório. "As tecnologias necessárias são largamente disponíveis hoje, as políticas necessárias são conhecidas e os custos, administráveis", prossegue o texto.
(Estadao.com.br / AmbienteBrasil, 21/08/2009)