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nanotecnologia intoxicação pessoas contaminadas
2009-08-20

Um consórcio liderado por 14 pesquisadores de 11 instituições da Europa e Estados Unidos está empenhado em descobrir os potenciais efeitos adversos dos nanomateriais sobre o sistema imunológico. A ideia é encontrar, o quanto antes, alternativas para os compostos que tiverem algum grau de toxicidade à saúde humana.

Para realizar tal tarefa, o projeto Nanommune conta com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores. Divididos em grupos de trabalho, eles estudam a síntese e a caracterização de diversas classes de nanomateriais e conduzem testes em culturas de células e em animais expostos a esses materiais. Com base nos resultados, eles irão desenvolver protocolos para a análise da toxicidade em pesquisas nanotecnológicas.

O projeto já tem vários estudos em andamento. Alguns deles confirmaram efeitos nocivos da exposição direta de ratos a nanotubos de carbono, apontados em pesquisas anteriores. Mas o objetivo não é apenas identificar problemas: a maior parte dos trabalhos publicados no âmbito dessa iniciativa aponta caminhos para se minimizarem os potenciais impactos negativos dos nanomateriais.

Exemplo disso é um estudo de Valerian Kagan e Alexander Star, da Universidade de Pittsburgh (EUA). Usando uma enzima derivada da raiz-forte (peroxidase), os pesquisadores conseguiram induzir a biodegradação de nanotubos de carbono. A partir desse resultado, eles buscam estratégias de controle da biodegradação de nanomateriais que possam levar à redução de seus efeitos tóxicos em seres vivos.

Já Bengt Fadeel e Alfonso Garcia-Bennett, do Instituto Karolinska (Suécia), publicaram recentemente trabalho mostrando que as partículas de sílica mesoporosa não são tóxicas para células do sistema imunológico (macrófagos). “Sugerimos, portanto, que esses materiais sejam utilizados em aplicações biomédicas, inclusive como veículos administradores de medicamentos ou de antígenos”, explica Fadeel, coordenador do Nanommune, à CH On-line.

Somar esforços
O caráter competitivo da ciência tende a levar à duplicação de pesquisas em diversas áreas. No caso da nanotoxicologia, no entanto, Fadeel defende a união de esforços entre países para que se conheçam os potenciais efeitos negativos dos nanomateriais ainda na fase inicial de desenvolvimento. “Se descobrirmos só depois que eles são de fato perigosos, isso afetará o desenvolvimento da área e a confiança da sociedade em novas tecnologias”, pondera.

O físico Marcos Pimenta, da Universidade Federal de Minas Gerais, concorda. Ele coordena o novo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Nanomateriais de Carbono, que dará especial atenção às pesquisas nanotoxicológicas, ainda incipientes no Brasil.

“Essa é uma questão que nos preocupa. Temos que estudar bem esses materiais e encontrar maneiras de modificá-los no sentido de diminuir efeitos negativos onde eles existirem”, afirma o físico, que vê com bons olhos a colaboração entre grupos. “Nossa rede teria todo o interesse em participar de um esforço coletivo nesse sentido.”

Uma nova abordagem
Quando o assunto é risco e efeitos adversos, é comum haver um certo temor por parte da comunidade científica de que o botão de alarme seja acionado de forma irresponsável, criando na sociedade uma predisposição à rejeição de uma nova tecnologia, como aconteceu no caso dos organismos geneticamente modificados.

Para que o mesmo não ocorra com a nanotecnologia, Fadeel insiste que os cientistas divulguem os seus estudos de forma profissional, sem criar alarde infundado e sem fazer extrapolações irreais. Para isso, os parceiros do Nanommune se comprometeram a disseminar suas pesquisas ao público em entrevistas, oficinas, publicações e outros meios.

No Brasil, pesquisadores que trabalham na área começam a tomar consciência da importância de divulgar seus estudos, tendo eles resultados positivos ou negativos. “O alarde ocorre quando não há divulgação científica bem feita”, acredita Pimenta. “Temos que estudar os riscos e mostrar os resultados para que as pessoas não se baseiem em ficção científica”, completa, referindo-se ao livro Prey (“Presa”, em português), de Michael Crichton, que alarmou leitores em todo o mundo em relação à nanotecnologia.

Tanto Pimenta quanto Fadeel, que apresentou o projeto Nanommune na Conferência Mundial de Jornalistas de Ciência, realizada no mês passado em Londres, ressaltaram o importante papel a ser desempenhado pela mídia ao noticiar sem exagerar nem os benefícios nem os riscos de nanotecnologias emergentes.

(Por Carla Almeida, Ciência Hoje / IHUnisinos, 20/08/2009)


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