O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, quer a construção no estado das novas usinas nucleares do Nordeste. A disputa envolve ainda a Bahia, Sergipe e Pernambuco. Com o objetivo de conhecer o funcionamento de uma central nuclear, ele visita nesta quinta (20/08) as usinas nucleares Angra 1 e 2, no Rio de Janeiro. Teotônio Filho estará acompanhado por representantes do Ministério Público, dos poderes Legislativo e Judiciário, da Universidade Federal de Alagoas e de secretarias estaduais.
Ele afirmou que um empreendimento como esse sempre agrega desenvolvimento ao estado. “Estou falando de emprego, de renda, de receita por meio de royalties, acrescentou. O governador lembrou que Alagoas é um estado muito pobre, “que ficou aquém da média do Nordeste”. Ele disse que tem procurado atrair investimentos, sobretudo nas áreas de turismo e da indústria, de modo a desenvolver a região. Hoje, há em implantação no estado um polo de plástico, que já tem instaladas 20 indústrias.
No setor turístico, estão em construção em Alagoas 30 hotéis, dois deles de seis estrelas. “São os primeiros do Brasil”, afirmou. Outra iniciativa é a construção de uma mineradora, com investimentos de US$ 800 milhões. O governo estadual negocia também a construção de um estaleiro.
Segundo Teotônio Filho, Alagoas vive um momento novo e a construção de uma central nuclear se encaixa nesse esforço de superar esses indicadores “tão cruéis” de mortalidade infantil, analfabetismo, com metade da população abaixo da linha de pobreza. “Para nós, o centro da preocupação é reverter esses indicadores socioeconômicos”.
O governador admitiu que a população alagoana não tem informação sobre o que é uma usina nuclear e os benefícios que ela pode representar para o estado. “Por isso, estou trazendo pessoas que representam a sociedade, para que comecem a discutir essa questão. Eu quero provocar essa discussão”, disse.
Sobre a concorrência com outros estados, o governador afirmou que, tecnicamente, Alagoas tem as especificações necessárias para abrigar uma usina nuclear. “Nós temos água. E água é fundamental para isso”.
(Por Alana Gandra, com edição de Tereza Barbosa, Agência Brasil, 19/08/2009)