A Procuradoria Federal do Estado (PF-ES) afastou da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) a responsabilidade sobre suposta contaminação de paciente do Posto de Saúde de Carapina, na Serra, pelo inseticida organofosforado Malathion. A aplicação do produto foi feita em 1996, e a autora da ação não comprovou o dano causado pela contaminação.
A sentença foi proferida pelo Juízo da 5ª Vara Cível de Vitória. Na defesa da Funasa a PF-ES sustentou a ausência de nexo entre a conduta da fundação e os danos à saúde alegados pela paciente. A autora da ação teria comparecido à unidade em uma data anterior à dedetização, que provocou contaminação em diversas pessoas, e outra numa data muito posterior, quando os resíduos do Malathion não faziam mais efeito. A Justiça também concluiu que nos exames apresentados pela paciente não há indícios de componentes do Malathion, portanto os problemas de saúde que a paciente apresentava eram decorrentes de um acidente sofrido por ela.
O Posto de Saúde de Carapina, na Serra, foi dedetizado durante um fim de semana pela Fundação Nacional de Saúde, com o inseticida Malathion. Dois dias depois, vários funcionários começaram a passar mal, com sintomas como coceiras, manchas, dores de cabeça, alergia e pressão alta. O posto foi então interditado.
Em abril de 1997, o posto foi reaberto pela prefeitura (até o reboco da parede do posto teve que ser retirado). Em junho de 2001, o Ministério Público Federal (MPF) propôs ação civil pública para garantir o tratamento médico integral às vitimas. Ao todo, 150 funcionários foram contaminados e 12 pessoas morreram. E muitos ainda sofrem com as doenças causadas pela contaminação, sobretudo de cânceres.
(Por Lívia Francez, Século Diário, 20/08/2009)