Uma a uma, vão caindo por terra as promessas em relação aos transgênicos. Estudo detalhado dos 13 anos de uso comercial das sementes modificadas nos Estados Unidos permitiu a conclusão de que os transgênicos fizeram pouco para aumentar a produtividade das culturas.
A ONG Union of Concerned Scientists conclui que, no caso da soja, não houve aumento de produtividade resultante da adoção da variedade modificada. No caso do milho, a produção subiu marginalmente, mas em função de ganhos operacionais por redução de perdas, e não ganhos resultantes da modificação genética.
Na presença de elevadas infestações de lagarta do colmo, o milho inseticida Bt pode obter vantagem no rendimento operacional entre 7 e 12% em relação ao convencional tratado com inseticida químico. No entanto, esta potencial vantagem desaparece quando a presença da lagarta na lavoura é baixa ou moderada, mesmo comparando-se ao milho convencional sem tratamento com inseticidas. Deve-se lembrar aqui que o ataque mais severo dessas lagartas ocorre nos EUA uma vez a cada intervalo de 5 a 8 anos.
Na avaliação média da contribuição para o aumento de produtividade das diferentes sementes Bt no mercado desde 1996, a resultado é de 0,2 a 0,3% ao ano. E esta avaliação parte de dados concretos, que muito se distanciam da propaganda dos que prometem que "Em 20 anos, com os trnasgênicos, a produtividade do milho vai dobrar, mesmo em condições iguais ou piores que as de hoje".
A conclusão é que, a despeito da propaganda, não existe hoje transgênico que aumente a produtividade intrínseca de uma cultura. E para as novidades que as empresas anunciam, resultantes da introdução de vários genes ou de genes que alteram outras funções das plantas, a atenção do ponto de vista da biossegurança deve ser redobrada. Como os resultados dessas modificações podem não ser identificados nos testes feitos atualmente (quando estes são feitos), a regulamentação deve ser aperfeiçoada para que se possa descobrir e prevenir efeitos indesejáveis.
Não menos importante para os procedimentos de avaliação de transgênicos é incluir o quesito da comparação com outras abordagens técnicas. Aqui, a superioridade da agroecologia seria claramente evidenciada -- inclusive, já tem sido amplamente demonstrado o seu potencial para produzir mais, gastando menos.
O estudo, intitulado Failure to Yield, está disponível em inglês aqui
(Por um Brasil livre de transgênicos / Biodiversidadla, 19/08/2009)