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marina silva Partido Verde política ambiental brasil
2009-08-20

A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente do governo Luiz Inácio Lula da Silva por mais de cinco anos, confirmou nesta quarta (19/08) sua saída do PT, depois de 30 anos de filiação. Com a decisão, Marina avança nas negociações para se filiar ao Partido Verde (PV) e disputar a Presidência da República em 2010. Uma eventual candidatura da senadora ao Palácio do Planalto pode causar prejuízos tanto à estratégia eleitoral governista quanto à da oposição.

Marina deixa o PT sem receber de Lula um gesto no sentido de tentar demovê-la da decisão. No PV, a adesão da ex-ministra e sua candidatura a presidente são consideradas certas. Ontem, ela anunciou apenas a saída do PT, mas admitiu sentir-se "livre" para discutir o convite do PV para participar de uma "revisão programática", com atualização do programa e do estatuto. O objetivo é apresentar ao país um modelo de desenvolvimento baseado na "sustentabilidade ambiental, social e econômica".

Em carta ao presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), Marina lista algumas "conquistas" de sua gestão no Ministério do Meio Ambiente - a queda do desmatamento da Amazônia, a estruturação e fortalecimento do sistema de licenciamento ambiental e a criação de 24 milhões de hectares de unidades de conservação federal - e diz que "faltaram condições políticas para avançar no campo da visão estratégica". Em entrevista, afirmou que o meio ambiente "não deveria ser algo periférico, onde você faz uma militância quase que à margem do processo decisório do governo".

Ao comentar a decisão de Marina, Berzoini descartou a possibilidade de o partido reivindicar, na Justiça Eleitoral, o seu mandato no Senado. Segundo ele, a ação "não faria sentido", já que a ex-ministra "não agiu em detrimento do PT", nem "em postura dissonante" da legenda.

Decisão tomada em 2007 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), posteriormente confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deu aos partidos o direito de preservar a vaga de político que, eleito pela sigla, pedir desfiliação sem justa causa. O partido tem 30 dias, depois do pedido de desfiliação, para pedir à Justiça Eleitoral a decretação da perda do mandato.

Na carta ao dirigente petista, a senadora criticou os "equívocos da concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo" e disse ter desistido de lutar pela questão ambiental dentro do PT. "É o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte por quase 30 anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o país."

Na entrevista, a ex-ministra confirmou que a possibilidade da disputa à Presidência da República está sendo discutida. Uma eventual candidatura de Marina a presidente é considerada prejudicial ao desempenho eleitoral da ministra Dilma Rousseff (chefe da Casa Civil), porque, em tese, ela terá votos no eleitorado petista. O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), também pré-candidato a presidente, afirmou que Marina "implode" a candidatura de Dilma.

Por outro lado, tucanos admitem que o governador José Serra (SP), possível candidato do PSDB, teria problemas no Rio de Janeiro, onde o PV é aliado dos tucanos. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), até ontem pré-candidato a governador com apoio do PSDB, reconheceu a dificuldade com a mudança de cenário. "Minha situação é uma variável não resolvida dessa história", afirmou.

Na primeira pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República em que seu nome foi incluído - realizada pelo instituto Datafolha e divulgada no último domingo -, Marina aparece com 3%. É pouco, mas ela lembra que começou com 3% da preferência do eleitorado do Acre na primeira campanha para o Senado. "É um desafio programático e não pragmático", diz ela sobre sua mudança de partido, decisão que - afirma - não está subordinada à possibilidade de se candidatar a presidente.

O líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), afirmou que há conversas com outras legendas, como P-Sol e PSC, sobre uma eventual aliança na campanha, para aumentar o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão. Mas, assim como Gabeira, o líder analisou que o partido terá de utilizar "instrumentos diferentes dos tradicionais" para difundir a candidatura, como as ferramentas disponíveis na internet (blogs, twitter etc.). "A blogosfera pode ser um meio de superar a falta de espaço na televisão", afirmou o deputado.

Na entrevista, Marina criticou avaliações segundo as quais seu discurso, numa campanha eleitoral, seria monotemático, restrito à questão ambiental. "Só aqueles que ainda não entenderam que falar de desenvolvimento sustentável é dar resposta a todos os setores da sociedade é que acham que sustentabilidade é algo monotemático. O argumento mostra fragilidade de quem não compreende o conceito."

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), disse que, se for candidata, a senadora "tira votos de todos os candidatos, inclusive da oposição". Considerou uma escolha pessoal "difícil" votar em Dilma ou Marina, por considerar ambas "excelentes". Mas declarou apoio à ministra, pré-candidata do seu partido.

O senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou a decisão tomada pela ex-ministra. Citando outros ex-petistas que podem disputar a Presidência - Heloísa Helena (P-Sol) e Cristovam Buarque (PDT) -, disse que isso "divide as forças que estariam aglutinadas na Frente Popular e democrática, liderada pelo PT".

(Por Raquel Ulhôa, Valor Econômico, 20/08/2009)


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