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fontes alternativas política ambiental austrália
2009-08-20

O governo australiano fechou um acordo com os opositores nesta quarta-feira (19/08) para que 20% da necessidade energética do país seja proveniente de fontes renováveis em 2020, desencadeando uma corrida por investimentos de US$ 22 bilhões e reativando as esperanças sobre um acordo sobre o comércio de emissões.

Em um momento de paz na briga com o governo sobre a política climática, a oposição conservadora que controla o maior bloco no Senado disse que chegou a um acordo com a ministra de Mudanças Climáticas, Penny Wong, após dias de negociação. “A decisão de hoje é uma vitória do senso comum, é uma vitória para o meio ambiente e para as energias renováveis”, comentou o porta-voz dos conservadores, Greg Hunt, aos repórteres após o acordo.

Apesar do Senado não votar o acordo formalmente até quinta-feira (20), o pacto despertou esperanças de seguimento em novembro, quando a controversa legislação climática retornará ao parlamento, onde foi rejeitada pelo Senado na semana passada. “Chamo os opositores que se tornaram apoiadores das energias renováveis recentemente para participar da luta maior, a luta contra as mudanças climáticas, e peço a eles que apóiem a próxima apresentação do esquema de redução da poluição de carbono pelo governo”, disse Wong aos Senadores.

Os conservadores se juntaram aos verdes e aos senadores independentes para bloquear o esquema de comércio de emissões, que visa cortar as emissões entre 5% e 25% até 2020, alertando sobre os seus impactos sobre os postos de trabalho, a economia e o meio ambiente. Rudd tem a opção de antecipar as eleições se o Senado rejeitar a legislação climática pela segunda vez. “Kevin Rudd não quer uma eleição antecipada. Acredito que no fim ele terá que ter uma”, disse Kim Beazley, ex- líder da oposição no partido trabalhista de centro-esquerda do primeiro ministro australiano.

A legislação sobre renováveis entrará em vigor em janeiro de 2010 e terá como meta a produção de 45 mil gigawatts/hora de energias limpas, ou 20% da demanda energética australiana, ao longo da próxima década. As concessionárias de energia terão que oferecer renováveis. A meta é equivalente a estabelecida pela União Européia há dois anos, na qual a Comissão Européia espera criar 2,8 milhões de novos postos de trabalho e melhorar o PIB do bloco.

As energias renováveis, como eólica, solar, hídrica e geotérmica equivalem atualmente a apenas 5% do consumo australiano. As empresas de energias limpas estimam que os adiamentos das metas de renováveis estão custando US$ 1,65 milhões por semana devido a estagnação dos investimentos. Wong anunciou compensações para os grandes exportadores de eletricidade, como as fabricantes de alumínio Alcoa, Alumina e Hydro Aluminium, acrescentando que os buffers dos esquemas de emissões também serão aplicados às energias renováveis.

Os ajustes provisórios abrangeriam as indústrias até que a legislação sobre as emissões de carbono, e os esquemas de compensação associados, fossem aprovados ou rejeitados pelo parlamento posteriormente a 16 novembro. Hunt disse que os conservadores concordaram com a lei de renováveis após conseguir mais compensações efetivas para setores como alumínio e silício, assim como um apoio para as alimentícias que anteriormente não tinham assistência.

Eles também convenceram o governo a classificar o gás metano proveniente das camadas de carvão (rejeito da mineração) como uma fonte renovável de energia em uma medida transitória, que de acordo com Wong não contará contra a meta de 20% de renováveis. “Nem mesmo o Chapeleiro Louco* poderia imaginar um mundo no qual os combustíveis fósseis são realmente fontes renováveis de energia”, comentou o grupo ambientalista Greenpeace sobre a inclusão do metano.

Senadores verdes que controlam cinco votos não conseguiram aumentar os 20% para 30%, superados pela maioria da aliança de oposição do governo. “É um dia triste, quando o que deveria ter sido uma celebração para as energias renováveis na Austrália se transformou em mais um dia em campo para os poluidores”, ressaltou a vice-líder dos verdes, Christine Milne.

(Por Rob Taylor, Reuters / CarbonoBrasil, 19/08/2009)


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