Usinas hidroelétricas, eólicas, solares, geotérmicas e de biomassa foram responsáveis pela geração de 13% de toda a energia consumida no país em maio de 2009, a maior porcentagem registrada em toda a história, já o carvão apresentou queda de 14,8%

A combinação de mudança na postura política, novos investimentos e queda da produção industrial resultaram na maior participação das energias renováveis no total de geração elétrica mensal dos Estados Unidos em toda a história. De acordo com a Administração de Informações de Energia (EIA), as fontes renováveis foram responsáveis por 13% da geração energética em maio deste ano.

Segundo o relatório "Electric Power Monthly", divulgado no último dia 14, usinas hidroelétricas, eólicas, solares, de biomassa e geotérmicas geraram 40.395.000 MWh, 7,7% a mais que em maio de 2008, sendo ainda a maior produção mensal já registrada no país. O total da geração energética, incluindo renováveis, combustíveis fósseis e nuclear em maio de 2009 foi de 311.411.000 MWh, uma queda de 4,1% em relação ao mesmo mês no ano passado.

Essa queda total da geração, provocada pela crise econômica mundial, facilitou o aumento da participação das renováveis. Este foi o décimo mês consecutivo em que a geração caiu em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas analistas afirmam que os novos incentivos, políticas e a própria perspectiva da aprovação de leis mais rigorosas para o setor também ajudaram no crescimento das renováveis. “Mês após mês os números do governo servem para desmentir os céticos que não acreditam no crescimento do papel das energias renováveis no abastecimento da energia”, afirmou Ken Bossong, diretor executivo da Sun Day Campaign, uma instituição que trabalha com a divulgação de novas energias.

Os 13% de participação das renováveis no total da energia ficaram divididos entre 9,4% de hidroelétricas convencionais e 3,6% de outras fontes, sendo 1,8% eólicas, 1,3% biomassa, 0,4% geotérmicas e 0,3% solares.  Comparando o mês de maio de 2009 com o do ano anterior, a geração eólica cresceu 12,5%, hidroelétricas 10,2%, solar 3,5%, nuclear 0,6% e gás natural 10,6%. Por sua vez, o carvão registrou uma forte queda de 14,8%, a quinta maior redução da história. “Mesmo desconsiderando as hidroelétricas, as fontes renováveis já estão bem além do mínimo recomendado pela lei climática que está para ser votada pelo Senado, que pede apenas 3% de renováveis em 2013”, comemora Bossong.
Investimentos

Os números positivos vêm também confirmar o aumento do interesse dos investidores pelo setor. Por exemplo, a Associação Americana de Energia Eólica (AWEA) divulgou que, devido a finalização de novos projetos, foram adicionados mais 4 GW neste primeiro semestre ao  total de eólicas do país. Isto consolida a liderança mundial dos EUA como maior produtor desse tipo de energia, alcançada em 2008.

O governo também tem atuado como incentivador e ainda na semana passada anunciou mais uma série de recursos para as renováveis.  São US$ 212 milhões para energias limpas em 10 estados e em Porto Rico, US$ 52,5 milhões para pesquisas de energia solar concentrada, US$ 13,8 milhões para 28 novos projetos eólicos, US$ 21,45 milhões para energias renováveis em comunidades e US$ 6,3 milhões para biocombustíveis. Tudo isso indica que esse recorde de participação das renováveis no total da geração elétrica não deve se manter por muito tempo. Ao contrário, poderá ser batido a cada novo mês.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 19/08/2009)