Se o aquecimento global é uma ameaça para o planalto tibetano, terceira reserva de gelo no mundo, é, no entanto, positivo a curto prazo para o turismo e a agricultura, afirmou um especialista chinês. Segundo o jornal China Daily, Qin Dahe, ex-diretor da Administração Meteorológica Chinesa, ele fez o comentário em uma reunião marcada pelas previsões pessimistas do impacto da mudança climática no Tibete.
"O aquecimento é bom para a agricultura e o turismo. Aumentou o período de crescimento das plantações", declarou Qin, atualmente pesquisador na Academia de Ciências da China. No entanto, ele mesmo destacou que a longo prazo o aquecimento terá consequências negativas, com um aumento quatro vezes mais rápido das temperaturas que no restante da China, além de uma redução importante das geleiras.
As montanhas do Tibete, a mais de 4.000 metros de altura, são o leito, entre outros, do Ganges, Brahmaputra, Indo, Yangtze e do Mekong. A China aposta no turismo para desenvolver o Tibete, uma de suas regiões mais pobres, que deixou de ser isolada em 2006 com a inauguração de uma linha ferroviária que liga a região ao resto do país.
Entre janeiro e julho deste ano, mais de 2,7 milhões de turistas visitaram a região, três vezes mais que no mesmo período de 2008, segundo dados oficiais. A região autônoma foi fechada ao turismo durante vários meses depois dos distúrbios de março de 2008. O movimento antichinês começou em 10 de março em Lhassa, dia do aniversário da revolta contra Pequim em 1959. Pelo menos 203 pessoas morreram, segundo os exilados tibetanos, enquanto Pequim acusa os "agitadores" tibetanos pela morte de 21 pessoas.
(Yahoo! / AmbienteBrasil, 19/08/2009)