Para o secretário-executivo do braço climático da ONU (UNFCCC), Yvo de Boer, se as negociações não se acelerarem a possibilidade de um acordo em Copenhague em dezembro será bastante reduzida. “Seria incompreensível se perdêssemos essa oportunidade. Para qualquer esperança de acordo, a velocidade das negociações deve ser maior já na próxima reunião em setembro, em Bangcoc”, declarou de Boer.
Com essa afirmação, o secretário expressou seu descontentamento com o término da reunião de Bonn nesta sexta-feira (14/08). O evento reuniu 2400 especialistas e autoridades com o objetivo de reduzir as opções no documento base das negociações, que contém mais de 200 páginas. Este texto será a estrutura do novo pacto climático que substituirá o Protocolo de Quioto em 2012. Atualmente, existem cerca de 2000 pontos de desacordo entre os países no documento. “O que vemos é um mar de discordâncias. E a cada nova reunião não acompanhamos a diminuição delas de maneira satisfatória”, afirmou de Boer.
As diferenças entre países ricos e pobres continuam sendo o principal entrave nas negociações. Os desenvolvidos querem reduzir menos que o desejado, algo como 10% a 16% em 2020 com relação aos níveis de 1990, o que é inferior ao que é sugerido pela UNFCCC para evitar as piores conseqüências das mudanças climáticas, de 25% a 40%. Já as nações em desenvolvimento de uma forma geral não aceitam metas de redução, pois alegam que elas seriam um obstáculo para o seu crescimento econômico. Além disso, afirmam que as emissões dos ricos ao longo dos anos que causaram todo o problema do aquecimento global, por isso deveriam ser eles a fazer os maiores comprometimentos.
(CarbonoBrasil, 17/08/2009)