Mecânico que pode ter sido infectado durante pescaria na região, em janeiro, espera resultado de exames
Os sintomas como dor forte na cabeça, hemorragia, febre alta, amarelão e fraqueza desapareceram há alguns meses. Já a angústia do mecânico santa-mariense Claudio Cardoso, 40 anos, é a mesma. Desde janeiro, quando foi pescar em Júlio de Castilhos, ele passou mal e teve de ser internado às pressas com sintomas que o médico infectologista acreditou serem causados por febre amarela. Desde então, ele espera os resultados oficiais dos exames.
– Ele esteve entre a vida e a morte. Ainda bem que não ficou com nenhuma sequela, porque se tivesse de passar por algum tratamento, iriam tratar qual doença? – questiona a mulher, Jucinara dos Santos Cardoso.
No dia 28 de maio, a 4ª Coordenadoria de Saúde recebeu um fax repassado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Uma cópia do documento é tudo o que Cardoso recebeu até agora como resultado de exames. O fax diz que não foram entrados reagentes para a dengue e que os testes para a febre amarela foram positivos. Mas, segundo a coordenadoria, o documento não serve para o diagnóstico da febre amarela, já que os reagentes podem ter se apresentando tanto pela doença quanto pela vacina que Cardoso tomou dias após se sentir mal pela primeira vez.
Vacina
Como tomou a vacina depois de aparecerem os primeiros sintomas, Cardoso não acredita que tenha sido uma reação à dose que tenha lhe deixado de cama. O mecânico fez novas amostras há cerca de dois meses. Porém, ele teria sido informado que estes exames seriam apenas para garantir se ele poderá tomar novamente a vacina da febre amarela daqui a 10 anos (quando a dose que ele tomou perde a validade).
O mecânico – que em janeiro foi pescar, em Júlio de Castilhos, num local onde foram encontrados bugios mortos por febre amarela – agora é bem mais cuidadoso. Ele já voltou a pescar nas horas de folga mas garante que não volta a áreas de risco sem estar protegido.
Segundo a 4ª Coordenadoria de Saúde, não há prazo para a entrega dos resultado dos novos exames que foram feitos no mecânico. Desde o ano passado, foram registrados 19 casos de febre amarela no Estado, sete deles com morte dos pacientes.
(Por Marilice Daronco, Diário de Santa Maria, 18/08/2009)