Durante a manhã desta sexta (14/08), cerca de 1.000 agricultores ligados ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Via Campesina, seguem em marcha até a UHE Barra Grande, localizada entre os municípios de Pinhal da Serra/RS e Anita Garibaldi/ SC.
“Decidimos em assembléia com os agricultores acampados que iríamos marchar até a obra, mostrando assim que nós não esquecemos todo o sofrimento que passamos com a construção da mesma e que ainda estamos passando. As empresas donas dessas barragens vêm para região discursando que trazem investimentos, mas na verdade é o povo que sustenta essas empresas. Na nossa região o BNDES colocou mais de 5 bilhões de reais para construir as usinas na Bacia do Rio Uruguai, dinheiro público que deveria ser investido na população e não nestas empresas que só trazem sofrimento ao invés de desenvolvimento”, afirmam lideranças do MAB.
Com a marcha até a barragem, os atingidos também querem denunciar que as empresas donas das barragens promovem fraudes nos estudos de impacto ambiental para garantir licenças e autorização dos órgãos ambientais, como foi o caso de Barra Grande. A Engevix, a estadunidense ALCOA, o Banco Bradesco, a Votorantin, a Camargo Corrêa, CPFL e a Companhia Brasileira de Alumínio fraudaram os estudos ambientais para construir a barragem, inundando 2.000 hectares de araucária e mais 4.000 hectares de mata. “Parece que a lei só vale aos pobres, pois essas empresas continuam impunes, atuando e reproduzindo essa prática em diversas regiões do país”, afirmam as lideranças.
Os agricultores que marcham estavam acampados desde a última quarta feira (12), na comunidade São Jorge município, de Pinhal da Serra/RS, com o objetivo de debater os direitos sociais da população da bacia do rio Uruguai e pressionar para o encaminhamento das reivindicações dos municípios. Participam deste ato agricultores dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
(MAB, 14/08/2009)